As incertezas políticas e econômicas do governo Jair Bolsonaro, em um cenário de crise global de saúde, pavimentam o caminho para a maior recessão da história do Brasil. Esta foi a projeção do Deutsche Bank em um comunicado a seus clientes, nesta terça-feira (12).
Os analistas da instituição acreditam em uma queda de 6,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, com crescimento de 2% em 2021. O que se salvaria seriam as exportações líquidas, que podem registrar um aumento moderado por causa do câmbio baixo, e a produção agrícola, que deve crescer até 3%.
A paralisação econômica e os custos de combate à pandemia podem fazer o dólar atingir até R$ 6,50 ao longo do ano. O PIB minguante de -6% será pior que o das recessões passadas. Em 1981, na crise da dívida externa, o PIB ficou -4,3%, na hiperinflação de 1991, idem, e na instabilidade política e desalavancagem de 2015, foi de -3,6%.
O risco agora é que outros bancos e agências de classificação de risco rebaixem mais ainda as projeções para o país, criando um efeito cascata capaz de afastar ainda mais os investidores, aumentando a instabilidade, criando desemprego e alimentando inflação, apesar dos esforços da equipe econômica.
