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Desmatamento no Brasil aumentou 21%

Levantamento do Mapbiomas mostrou que em 2021 o país perdeu 16 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa em todos os biomas

Um relatório anual do projeto Mapibiomas divulgado nesta segunda-feira (18) revelou que o desmatamento no Brasil cresceu em 21% com relação a 2020 em todos os biomas (Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Caatinga, Pampa, Pantanal). Em 2021, o Brasil perdeu 16 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, em especial na Amazônia, onde foram derrubadas 18 árvores por segundo.

No ano passado, houve uma média de 191 novos eventos e 4.536 hectares desmatados por dia, ou 189 hectares por hora. Somente na Amazônia foram 111,6 hectares derrubados a cada 60 minutos, qu prfaz quase dois campos de futebol a cada 60 segundos. Esmiuçando, dá para considerar 18 árvores por segundo. O relatório encontrou indícios de irregularidades fiscalizatórias e legais em mais de 98% dos casos.

O culpado

A agropecuária é responsável por quase todo o desmatamento do país, aponta o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas, que nessa edição identificou os principais vetores de pressão. Nos últimos três anos, a agropecuária prevaleceu como a causa em 97% dos eventos detectados. Além dela, o garimpo, a mineração e a expansão urbana são vetores relevantes. A categoria “outros”, que engloba construção de usinas solares e eólicas, teve aumento proporcional importante ano passado.

“Como solução, precisamos retomar a demarcação de Terras Indígenas (TIs), comunidades quilombolas, Reservas Extrativistas e Unidades de Conservação (UC), e ser implacável na retirada de invasores dessas áreas protegidas. Além disso, é fundamental promover embargo remoto em escala de todo desmatamento com indício de irregularidade. Com isso, se dá um golpe claro de intolerância à atividade ilegal” disse Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas.

O relatório também mostrou que é possível identificar o responsável pelo desmatamento em 77% dos casos, mas só em 27% houve algum tipo de fiscalização nas áreas. 

Regiões

No ano passado, mais de 977 mil hectares de vegetação nativa da Amazônia foram destruídos, número 15% maior que o registrado em 2020, que já havia crescido 10% em relação a 2019. Em seguida, o Cerrado e a Caatinga foram os biomas mais desmatados. No Pantanal, houve um aumento de 50,5% de alertas e de 15,7% na área desmatada em comparação a 2020.

Entre todos os estados brasileiros, o Pará voltou a aparecer na primeira colocação de estados onde houve mais registro de desmatamento: 402.492 ha. Ou seja, a cada 4 hectares desmatados no país, um foi registrado no Pará. Além da agropecuária, o principal vetor de pressão no país, regiões paraenses ainda sofrem com a ação do garimpo, em especial a cidade de Tarituba. Em segundo lugar do ranking está a Amazônia, que subiu duas posições em relação a 2020.

 Outros dados do relatório
  • 69,5% de toda a área desmatada em 2021 estava em propriedades privadas; 10,6% em glebas públicas; 9,3% em terras públicas não destinadas; 5,3% em áreas protegidas, sendo 3,6% em Unidades de Conservação e 1,7% em Terras Indígenas;
  • Nos últimos três anos (entre 2019 e 2021), houve crescimento do desmatamento em todas as categorias fundiárias, exceto em Terras Indígenas (TIs), “o que reforça a importância desses territórios para a preservação ambiental”, frisa o relatório;
  • Um terço (33%) de todos os alertas detectados no Brasil em 2021 tem sobreposição com áreas registradas como Reserva Legal (RL);
  • 252 (11,6%) Reservas Extrativistas e Unidades de Conservação (UCs) tiveram pelo menos um evento de desmatamento de pelo menos 1 hectare em 2021;
  • Os maiores desmatamentos ocorreram nas TIs Apyterewa (8.247 ha), Trincheira Bacajá (2.620 ha) e Cachoeira Seca (2.034 ha), no Pará. Kayapó e Apyterewa foram as TIs com maior número de alertas em 2021, com 531 e 514, respectivamente;
  • Embargos e autuações realizados pelo IBAMA e ICMBio atingiram apenas 2,4% dos desmatamentos e 10,5% da área desmatada identificada entre 2019 e 2021 (estatística atualizada até maio de 2022).

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