A prioridade que o governo federal dá para a vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade Oxford, abre espaço para um embate mais político que de saúde pública entre o presidente Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.
Diante de uma suposta incerteza sobre a aquisição de lotes iniciais da vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, testada no Brasil por meio de uma parceria com o Instituto Butantan, do governo estadual, Doria pretende abrir diálogo com parlamentares para a criação do que já é chamado de um plano B de vacinação.
Os senadores e deputados que fazem parte da comissão especial do Congresso que acompanha as ações de combate à pandemia do novo coronavírus já se manifestam. “Não pode ocorrer no país uma situação de apenas os brasileiros de um estado terem acesso à vacina”, afirmou o senador Randolphe Rodrigues (Rede-AP), sobre a demora do Ministério da Saúde em adquirir os primeiros lotes da Coronavac.
Não é bem assim. Por mais que Doria se movimente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve com o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, e com o presidente do Butantan, Dimas Covas, para discutir o investimento de R$ 92 milhões para a produção da vacina chinesa, que seria distribuída para o resto do país. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (8). Por enquanto, ficou acertado que o ministério irá esperar um pouco mais pelos resultados do testes da CoronaVac. Doria irá se encontrar com Pazuello em Brasília, para tratar do assunto, em 21 de outubro.
Até o momento, nenhum dos produtos está devidamente aprovado no exterior ou no Brasil, nem há a garantias sobre a real capacidade de imunização de cada ambos.