Os advogados que representam o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no inquérito que apura as possíveis tentativas de interferência do presidente Jair Bolsonaro no trabalho do Polícia Federal, defendem a liberação total das gravações da reunião ministerial de 22 de abril. O material comprovaria as acusações de Moro e mostraria um comportamento agressivo e antidemocrático por parte de Bolsonaro. “A divulgação integral do seu conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica, permitindo o escrutínio de seu teor não só neste inquérito policial mas, igualmente, por toda a sociedade civil”, escreveram no pedido.
Moro e seus defensores querem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, libere tudo, afirmando que não há nada ali que comprometa a segurança nacional. A Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o presidente, quer que o material seja editado, alegando segredos de estado.
A defesa de Moro afirma que a “publicidade total da gravação trará à luz inquietantes declarações de tom autoritário inviáveis de permanecerem nas sombras, pois não condizem com os valores estampados de forma categórica no artigo 5. da Constituição Federal de 1988”. O encontro teria sido tenso, com palavrões e ofensas proferidas por alguns dos participantes, incluindo o presidente – o que não seria o suficiente para exigir sigilo.