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Coronel Cid fica em silêncio na CPMI dos atos golpistas

Ex-ajudante de Bolsonaro também decidiu ir fardado a depoimento

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro ouviu, nesta terça-feira (11), o tenente-coronel do Exército Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu não responder aos questionamentos dos membros da CPMI do 8 de Janeiro. Como está amparado por um habeas corpus, ele não é obrigado a responder às perguntas feitas na CPI para não produzir provas contra si mesmo. 

Cid é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado eleitoral do ano passado, inclusive com planos de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), mensagens capturadas com autorização judicial após apreensão do celular de Cid evidenciam que ele reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.

O ex-ajudante de ordens está detido desde 3 de maio, acusado de ter fraudado cartões de vacinação contra a covid, incluindo o de Bolsonaro e parentes do ex-presidente. Em seu telefone celular, peritos da PF encontraram mensagens que ele trocou com outros militares e que, segundo deputados federais e senadores que integram a chamada CPMI do 8 de janeiro, reforçam a tese de que o grupo tramava um golpe.

Relatório de investigação produzido pela Polícia Federal informa que as mensagens mostram Cid reunindo documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. Nelas, o militar teria compartilhado um documento com instruções para declaração de Estado de Sítio diante de supostas decisões inconstitucionais do STF.

“O investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República”, informou o relatório.

As mensagens de teor considerado golpista foram tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Elas indicam que os proponentes da intervenção defendiam a suspensão temporária de direitos constitucionais; o possível afastamento de ministros do TSE e a convocação de um novo pleito para escolha do futuro presidente.

Entre os interlocutores de Cid estava o coronel Jean Lawand Junior, que já depôs à CPMI e que nega as acusações. Cid também já deveria ter se apresentado perante a comissão, mas como a reunião do colegiado do último dia 4 teve que ser adiada devido a votações na Câmara dos Deputados, a data do depoimento acabou sendo transferida esta terça-feira.

A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou o depoente sobre fatos que envolvem essas investigações como: as motivações para a suposta fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente e seus familiares e sobre as trocas de mensagens com Jean Lawand Júnior, coronel do Exército, que sugeria pedido de apoio a uma intervenção das Forças Armadas. A senadora perguntou ainda porque integrantes do governo passado foram visitá-lo na prisão, como o ex-ministro da Saúde e deputado federal, Eduardo Pazuello. Ainda assim, Mauro Cid seguiu sem responder. 

“O senhor tem filhos, tem uma esposa, o senhor tem um pai com uma carreira militar irretocável, o senhor tem uma caminhada dentro das Forças Armadas que fatalmente chegaria a ser general, que é o sonho de qualquer membro da carreira militar hoje no Brasil. E ao mesmo tempo o senhor está aqui na CPMI, num cenário que nenhum brasileiros queria estar. Respondendo por crimes que possivelmente não foi o senhor que cometeu. Mas que o senhor pode ter sido levado por alguém que pediu que você cometesse esses atos criminosos”, disse Eliziane. 

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