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Copom confia no arcabouço fiscal para reduzir juros

Comitê não hesitará em aumentar a taxa caso não ocorra a desinflação esperada

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou na manhã desta terça-feira (28) a lista completa de argumentos que embasaram a decisão de manter a taxa básica de juros em 13,75%.

A ata traz uma sinalização sobre o novo arcabouço fiscal, que será anunciado pelo governo federal nos próximos dias. De acordo com o Copom, se a regra for ‘sólida e crível’, poderá desencadear um processo de desinflação classificado como ‘benigno’.

“O comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”, diz o trecho do documento.

O anúncio pode acalmar os ânimos entre o Banco Central e o presidente Lula nos próximos dias, mas apenas no condicional, já que nada foi devidamente divulgado.

A previsão era de que o governo Lula anunciasse o teor da medida no retorno da viagem à China, adiada por problemas de saúde do presidente. Há certa expectativa de que, com a frustração do plano inicial, o anúncio possa ocorrer ao longo desta semana, abafando também a provável chegada de Bolsonaro ao Brasil. Ou seja, um fato econômico se transformaria em um fato político.

Já sobre a manutenção da Selic, a ata traz ampliação do que já havia sido divulgado na semana anterior. O Copom entende que os cenários de inflação para os próximos meses no Brasil ainda são ‘incertos’. “O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz a conclusão principal publicada em ata.

A íntegra da discussão dos integrantes do Comitê sobre a Selic também reforçou o entendimento já antecipado na semana anterior, quando o grupo deixou claro que não hesitará em aumentar a taxa caso não ocorra a desinflação esperada.

“O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, reforçou o comunicado do grupo. Esta conclusão, na semana passada, foi classificada como ‘muito preocupante’ por Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Ainda na ata, é possível ver que entre os cenários discutidos pelo Comitê estão a crise dos bancos ao redor do mundo – como SVB e o Credit Suisse – e a estabilidade na taxa de desemprego no Brasil. O aperto nas condições para a contratação de créditos no país também entrou na lista de preocupações citadas pelo BC durante a análise de cenários e riscos entre os integrantes do Copom.

O que MONEY REPORT publicou

Confira a ata:

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