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Conversas vazadas mostram que, para fechar delação, Lava-Jato poupou donos da Odebrecht

Mensagens obtidas pelo site The Intercept e publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo revelam bastidores da negociação de delação premiada da Odebrecht. “Procuradores da Operação Lava Jato pouparam a Odebrecht e seus principais executivos de medidas drásticas cogitadas durante as negociações do acordo que assegurou a cooperação da empresa com as investigações a partir de 2016”, diz a reportagem. 

Segundo o texto, os investigadores chegaram a discutir a possibilidade de impedir a Odebrecht de pagar os advogados dos delatores e se responsabilizar pelas multas impostas aos executivos, para evitar que preservassem o patrimônio acumulado quando estavam envolvidos com corrupção na empresa. Com o avanço das negociações, porém, os procuradores deixaram de lado essas medidas para não inviabilizar o acordo com a Odebrecht.

Em junho de 2016, Deltan Dallagnol e outros dois procuradores sugeriram aos colegas que a empresa fosse impedida de assumir as multas. “Executivos devem arcar, na minha opinião”, ele disse nas mensagens reveladas agora. Deltan também propôs que a empresa fosse punida com a rescisão do acordo se pagasse as penalidades dos executivos. No entanto, prevaleceu a segunda opção: a empresa pagou as multas de seus delatores.

Estimativas feitas pelos procuradores indicam que o principal acionista da empresa, Emílio Odebrecht, seu filho Marcelo e outros 16 executivos que se tornaram delatores receberam uma soma equivalente a US$ 167 milhões em contas secretas no exterior, num período de dez anos.

Ao colaborar com a Lava-Jato, Emílio, Marcelo e os outros 16 executivos concordaram em devolver boa parte dos recursos recebidos ilegalmente no exterior. Os valores, porém, permaneceram em sigilo e os executivos foram autorizados a abater gastos com viagens e outras despesas pessoais no acerto de contas com a Justiça.

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