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Como a prisão de Milton Ribeiro afeta Bolsonaro

O caso fragiliza ainda mais o discurso do fim da corrupção no governo

A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do Ministério da Educação é um grande problema para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus planos para a reeleição. Afinal, aponta para uma denúncia de corrupção em um governo que vende a imagem de combate às “mamatas” e “tudo que estava aí” justo em uma das pastas estratégicas para a bandeira conservadora de costumes defendida pelo mandatário.

Em março, o Ministério da Educação (MEC) veio para o centro de um escândalo após denúncias envolvendo a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura como lobistas na pasta. De acordo com as acusações reveladas pelo jornal O Estado de S.Paulo, os religiosos prometiam a prefeitos facilitar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mediante recebimento de propina.

Segundo relato dos prefeitos abordados, eles pediam dinheiro até mesmo por meio da compra de bíblias. Os livros traziam fotos do ministro Milton Ribeiro. A prisão pode trazer implicações criminais para Jair Bolsonaro. Em um áudio revelado pela Folha de S. Paulo, Ribeiro afirma que a prioridade dada a Gilmar Santos e Arilton Moura foi um pedido do próprio presidente – algo a ser comprovado.

PF trabalhando

Após o caso vir a público, Bolsonaro não se desculpou nem disse nada ter com a questão. Preferiu sair em defesa do subordinado, afirmando que botaria “a cara no fogo” por Ribeiro. Sem função formal no governo, a primeira-dama Michelle Bolsonaro também se meteu, dizendo que o ministro provaria ser “uma pessoa honesta”. Agora, o chefe do Executivo terá que lidar com o provável envolvimento de um auxiliar próximo em um esquema de corrupção com verbas federais. Depois do desgate provocado com a tentativa de negociata para a compra de vacinas no Ministério da Saúde, o governo não precisava desse problemão – mas ao que parece não fez questão de evitá-lo.

Ao prender o ex-ministro bolsonarista, a PF mostra que não está 100% dominada pelo Planalto. Nos últimos anos, o presidente interferiu abertamente na instituição, trocando delegados e superintendentes responsáveis por investigações que envolviam seus filhos e amigos. Além disso, a operação desta quarta-feira traz um lembrete para Bolsonaro. Ribeiro foi preso menos de três meses após perder o cargo e o foro privilegiado. Se for derrotado nas urnas e tiver algum envolovimento comprovado, o presidente também ficará sem blindagem a partir de 1º de janeiro de 2023.

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