O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas e um dos líderes no governo no Congresso, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo, nesta terça-feira (23), que apesar do Planalto não estar em um bom momento, o Centrão não cogita deixar a base aliada. Nogueira também explicou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não é contra as vacinas – apesar da atitude negacionista desde o início da pandemia -, mas que ele é apenas uma “pessoa polêmica e não um político tradicional”.
Nogueira foi questionado sobre a suposta derrota do Centrão em relação à preferência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pela indicação de Ludhmila Hajjar ao Ministério da Saúde. “Acho que existia uma expectativa antes do presidente conhecer a doutora Ludhmila. Mas quem escolhe o ministro é o presidente. Não vejo o menor problema. Temos que fortalecer o ministro que está entrando”.
Apesar dos esforços dos governadores em adquirir os lotes de vacinas em meio ao trabalho ineficiente da Saúde, o senador explicou que a população se lembrará que o responsável pela imunização foi o governo federal e não os governadores. Nogueira deixou claro acreditar que o novo ministro, Marcelo Queiroga, vai ter autonomia e que o presidente não dará mais opinião sobre tratamentos ineficazes.
Porém, nem tudo foi concordância e pacificação. Nogueira criticou a postura do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que para ele atrapalha em vez de ajudar neste momento de pandemia. “Se não mudar [a postura], eu vou passar a defender, como senador, uma troca de chanceler”.