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Bolsonaro, quem diria, já foi contra o voto impresso

O presidente Jair Bolsonaro parece ser um forte candidato à Galeria “Esqueçam o que Escrevi”, inaugurada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso há mais de duas décadas. Estamos falando de uma série dedicada a personalidades políticas que diziam uma coisa e, uma vez no Executivo, mudaram de lado, a exemplo do que fez FHC.

Bolsonaro já tinha uma ocorrência neste sentido, em relação ao Bolsa Família. Esse programa social, difundido pelo PT, era atacado pelo presidente nos tempos de deputado. Agora, quando um pleito que pode decidir sua reeleição se aproxima, o Bolsa Família será reformulado e sofrerá um upgrade.

Mas essa não é a única contradição que pode ser creditada ao mandatário. Em 21 de agosto de 1993, o Jornal do Brasil registrava um discurso do então deputado em evento realizado no Clube Militar no dia anterior, com a presença do general da reserva Euclydes de Figueiredo, irmão do ex-presidente João Figueiredo.

Ele disse: “Esse Congresso está mais do que podre. Estamos votando uma lei eleitoral que não muda nada. Não querem informatizar as apurações pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral]. Sabe o que vai acontecer? Os militares terão 30 mil votos e só serão computados 3.000”.

Ou seja, em 1993, o sistema eletrônico era visto pelo futuro presidente da República como uma solução para eventuais fraudes que poderiam ser cometidas com o voto impresso. Hoje, no entanto, Bolsonaro liga a trapaça eleitoral ao voto digital.

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