Para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), uma boa comunicação do governo federal, centrada na atuação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como o porta-voz, é essencial para a aprovação do projeto para a reforma da Previdência na Câmara e no Senado. Em entrevista a MONEY REPORT, durante evento do banco BTG Pactual nesta quarta-feira (27) em São Paulo, Doria disse estar engajado com a reforma do sistema previdenciário e desconversou a respeito das eleições para a Prefeitura de São Paulo do ano que vem.
O senhor disse que a não aprovação da reforma da Previdência poderia “comprometer” o governo do presidente Jair Bolsonaro. O que o senhor quis dizer com isso?
A reforma da Previdência é essencial para a economia brasileira, logo ela é essencial para o governo Bolsonaro. Por isso, o Executivo deve investir todas as suas fichas, força e capacidade de mobilização em torno dessa reforma. O presidente da República, no momento adequado, precisa atuar como porta-voz dessa reforma. A liderança do presidente Bolsonaro e um bom plano de comunicação do governo federal são essenciais para a aprovação do projeto da Reforma. Mas penso positivamente e acredito que ela será aprovada.
Há um movimento para lançar as deputadas Janaína Paschoal e Joice Hasselmann, ambas do PSL, com candidatas para a prefeitura de São Paulo no ano que vem. Elas contam com seu apoio?
É cedo para falar sobre isso. Desde já, afirmo que elas não têm apoio do PSDB. Ao meu ver, só temos que falar sobre a eleição municipal em janeiro do ano que vem. Até lá, todos nós temos que estar absolutamente focados nas nossas gestões.
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), para se reeleger ao cargo, conta com o apoio de alguns partidos de esquerda, entre eles o PT. Como o senhor vê isso?
Não vejo problema. Faz parte do processo eleitoral e democrático na Alesp. Isso já ocorreu várias vezes no âmbito estadual, municipal e federal.
A fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, deve ser fechada neste ano, deixando quase 3 mil pessoas desempregadas. O que o governo do Estado tem feito para evitar isso?
Estamos ajudando a achar um potencial comprador para adquirir a fábrica da Ford, para manter o funcionamento e a garantia dos empregos que lá estão. A Ford não fará nenhuma demissão até novembro deste ano. Da nossa parte (governo), há um trabalho intenso para encontrar uma alternativa viável. Vivemos uma nova perspectiva econômica no país, que nos dá ânimo para resolver essa questão.