Ameaças e golpe interno: descobertas na fraude do INSS

18 de maio de 2025

Mais de 9 milhões de aposentados e pensionistas foram prejudicados pelo esquema

A fraude do INSS ganhou desdobramentos com novas revelações. Servidores do instituto denunciaram à Polícia Federal que sofreram ameaças após descredenciar associações irregulares e funcionários da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer) afirmaram também terem sido vítimas do esquema.

Segundo o Jornal Nacional, em setembro de 2020, um funcionário do INSS recebeu uma ameaça no celular. “Estamos de olho”, dizia a mensagem, que também mencionava o nome da mãe dele, o modelo do carro dela e dois endereços do servidor. A mãe de outro recebeu uma mensagem no celular, pedindo o endereço do filho para o envio de uma “surpresa.”

Eles havia denunciado para a Polícia Federal dez entidades que foram descredenciadas do instituto por irregularidades. Um mês após as ameaças, o então presidente do INSS, Leonardo Rolim, transferiu a fiscalização para outro setor. A movimentação coincidiu com o surgimento de novas entidades e um aumento exponencial nos descontos.

Funcionários de entidades também foram vítimas do esquema. Segundo o Metrópoles, servidores da Conafer disseram que em 8 de janeiro deste ano, a associação enviou um comunicado informado que todos os colaboradores iriam ser filiados à entidade. O que parecia ser algo positivo, depois se mostrou uma armadilha, já que eles teriam que desembolsar 2,8% do salário mínimo vigente, cerca de R$ 39,54.

A entidade disse que o objetivo da contribuição seria aumentar o “financiamento de projetos e campanhas que beneficiam diretamente agricultores familiares de todo país.” O funcionário disse que mesmo os que não aceitavam ser inscritos, tiveram os valores descontados. Muitos, inconformados, denunciaram ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Após isso, os descontos foram suspensos.

Funcionários também denunciaram que eles possuíam metas de filiação e os que não alcançavam tinham valores descontados e corriam o risco de demissão. Alguns também tiveram atrasos nos pagamentos, com a alegação de “logística interna.”

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