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Substâncias tóxicas nos alimentos – uma constante em nossa história

Uma nota publicada por MONEY REPORT na última sexta-feira chamou a minha atenção: o texto mostrava que um ação coletiva quer tirar do mercado a bala Skittles (https://www.moneyreport.com.br/negocios/acao-quer-tirar-bala-skittles-do-mercado-americano/ ). A alegação: o doce traria em sua composição o dióxido de titânio, impróprio para o consumo humano.

O caso me lembrou um episódio parecido, ocorrido nos anos 1970 com o chocolate M&M’s. Um estudo científico, conduzido na Rússia, mostrou que um tipo de corante vermelho poderia causar câncer – exatamente aquele utilizado para fabricar a versão escarlate destes doces encapados com confeitos (inventados durante a Segunda Guerra Mundial para que os soldados americanos pudessem comer chocolate sem que ele derretesse nos dedos).

O fabricante dos M&M’s, a Mars (a mesma, por sinal, dos Skittles), descontinuou a versão colorada durante mais de uma década, reintroduzindo os docinhos de cor vermelha depois que o frisson havia passado – e com uma nova fórmula.

A situação foi registrada no filme “Peggy Sue – Seu Passado a Espera”, de Francis Ford Coppola. A protagonista, uma mulher de meia idade, é transportada para seus tempos de adolescente, mas lembrando de tudo o que havia vivido até os anos 1980. Em uma determinada cena (imagem), ela e a irmã estão comendo M&M’s. Ela diz à caçula: “Não coma os vermelhos”. “Por quê?”, questiona a pequena. Neste momento, ela percebe que não faria nenhum sentido revelar uma informação que só viria à tona quinze anos depois. A resposta: “Porque você pode ficar com lábios avermelhados” (https://www.youtube.com/watch?v=6kFdUIm1ezI ).

A indústria alimentícia, criada como o M&M’s em plena Segunda Guerra Mundial, sempre teve seus problemas. Mas, sem ela, não teríamos reduzido tanto a fome no planeta. O ideal seria termos uma alimentação natural, sem interferências genéticas ou processamentos industriais. Mas, na prática, não há como alimentar 8 bilhões de pessoas apenas com vegetais orgânicos ou animais silvestres.

Um dilema que parece não ter solução. Mas já existem startups que desejam compatibilizar grande produção agrícola com alimentação saudável. Viveremos para experimentar os resultados dessa eventual revolução tecnológica? Façam suas apostas.

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Comentários

Respostas de 2

  1. O tema é muito pertinente. Eu chego a ficar constrangida diante de discussões sobre veganismo ou vegeratianismo, em um planeta que tem mais de 700 milhões de pessoas que passam fome. Um verdadeiro “luxo” discutir sobre comer ou não comer carne… Ainda que haja uma pessoa passando fome na face da terra, essa discussão para mim, será sempre uma espécie de ostentação. A indústria alimentícia, entretanto, tem produzido guloseimas que são uma espécie de ratoeira para os humanos urbanizados e com algum poder de compra. A indústria farmacêutica tem análises e projeções para seus planejamentos estratégicos, e ao ver as tendências de doenças que estarão em alta daqui a 10, 20 anos, é fácil observar que essas projeções de males que afetarão a humanidade estão diretamente ligadas à indùstria alimentícia. As campeãs das doenças de hoje são Disfunção Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), hipertensão, diabetes, obesidade, câncer, disfunção erétil, doenças cardíacas. Elas estavam no Planejamento Estratégico da Indústria Farmacêutica há 20 anos. O interessante é que os mesmos fundos de investimentos que aportam na Indústria Alimentícia, investem na Farmacêutica…No meio, temos as pessoas que têm o privilégio de comer…Para alimentar 8 bilhões de pessoas sobre a face da terra, necessariamente, não precisaríamos da Indústria Alimentícia, mas do Setor Agrícola. Há programas da ONU, muitos deles, aplicados nas regiões mais críticas da África, em termos econômicos, que organizam e implementam hortas urbanas e coletivas, com a finalidade de suprir as necessidades básicas das pessoas em risco alimentar. Aqui mesmo, no Brasil, cuja natureza é abençoada, poderíamos apostar em soluções locais, para que comunidades pudessem plantar seus alimentos, criando mini cadeias produtivas respaldadas por políticas públicas sustentáveis. Mas a quem interessa algo assim? Certamente não são os fundos de investimento das indústrias alimentícia e farmacêutica, e tampouco os oligarcas que gravitam em torno do agronegócio e do sistema de distribuição e comércio de alimentos.

  2. Sabe de uma coisa? Tudo faz mal, tudo mata, tudo adoece. A verdade é que não viveremos para sempre. Cigarro faz mal e mata; bebidas alcoólicas fazem mal e matam. Quem aparece aqui criticando esse ou aquele alimento, como essa reportagem aborda, de repente fuma ou bebe e quem sabe, tem hábitos ruins e nocivos à saúde?

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