Em frente a um dos símbolos parisienses, a Pont Neuf (“ponte nova”, em francês), foi inaugurada em junho a megaloja Samaritaine, do grupo LVMH. A ponte em questão, apesar do nome, tem mais de quatro séculos de construção. E a loja que está em frente também tem um nome tradicional. Fundada originalmente em 1870, fechou suas portas em 2005 e foi relançada neste ano, depois de uma reforma ambiciosa renovou o prédio construído no século 19.
O local original foi escolhido por seus fundadores pela proximidade em relação ao antigo mercado municipal da cidade. Hoje, há uma grande concentração de escritórios na região e a loja está sempre cheia nos horários de pico. O empreendimento, que consumiu investimentos de € 700 milhões, abriga praticamente todas as grifes do grupo nos cinco pavimentos do prédio, além de doze restaurantes. Na mesma construção, em uma entrada diferente, está o hotel Le Cheval Blanc, com 72 apartamentos e um restaurante imperdível no último piso, Le Tout-Paris, com vista para o rio Sena.
Os clientes VIP têm à disposição uma área especial, na qual podem experimentar roupas e cosméticos com privacidade, contando com a assistência de personal shoppers. São quatro camarotes (chamados de apartamentos pela Samaritaine) e um grande lounge que ficam sempre cheios e são usados também para eventos particulares.

Apesar de ser um templo do luxo, a Samaritaine é bastante eclética em termos de estilos e preços. Há opções para todos os gostos e bolsos. Muitos vendedores falam português ou espanhol e recebem os brasileiros com um simpático “bom dia”, em vez do tradicional “bounjour”.
O prédio, completamente restaurado com base nas plantas originais, é de autoria dos arquitetos Frantz Jourdain e Henri Sauvage, contemporâneos de Gustav Eiffel – o criador da famosa torre parisiense. A influência de Eiffel no trabalho deles pode ser observado logo no lobby principal, na estrutura metálica das escadarias que se entrelaçam em frente ao átrio.

Com a reabertura da França para o turismo internacional, o magazine está cheio o tempo todo. O uso da máscara é obrigatório no local e os porteiros sempre pedem que as clientes abram suas bolsas na entrada para uma rápida conferência. É um procedimento incomum, mas dura menos que dois segundos. Os clientes não reclamam – e dificilmente ficam menos que duas horas dentro da Samaritaine. Trata-se de uma opção bem mais elegante que as tradicionais galerias Lafayette e Printemps. E mais divertida também.