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PT no governo redistribui verbas para TVs abertas

Globo recebeu até agora 4 vezes mais que Record e SBT, de acordo com audiência. Com Bolsonaro, repasses entre as 3 grandes ficaram entre 35,8% e 30,3%

Sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciado em janeiro deste ano, o Grupo Globo reassumiu sua posição dominante na publicidade do governo federal, recebendo a maior parte das verbas de anúncios em 2023. Uma análise no direcionamento mostra que a emissora da família Marinho recebeu, até agora, proporcionalmente quatro vezes mais que as concorrentes Record e STB, na comparação com o período de Bolsonaro.

Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do presidente petista, os veículos de mídia da Globo receberam pelo menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e de ministérios, perfazendo 68,5% do que foi gasto com as principais redes de TV abertas. Enquanto isso, a Record recebeu R$ 13 milhões e SBT, R$ 12 milhões, perfazendo, respectivamente, 16,37% e 15,11%.

É o retorno de um critério ditado pelo tamanho das audiências. De acordo com a Kantar Media, entre janeiro e novembro de 2022, as TV abertas tinham as seguintes audiências: Globo com 33,7%, Record com 11,1% e SBT com 9,2%, seguidos de Band (3,2%) e RedeTV (0,8%).

Antes a distribuição era mais equilibrada, entre 30% e 35%. Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as emissoras da Record receberam aproximadamente R$ 200 milhões em quatro anos, provenientes de campanhas publicitárias da Secom e ministérios (35,8% do total). No mesmo período, a Globo obteve R$ 189 milhões (33,84%), enquanto o SBT, R$ 169,35 milhões (30,33%).

As informações foram obtidas do portal de planejamento de mídia do governo federal, que divulga os valores pagos em ações de publicidade já realizadas pela Secom e outros órgãos do governo.

Na gestão de Lula, a Record perdeu espaço na publicidade em canais digitais. Enquanto o portal R7 recebeu pelo menos R$ 8,4 milhões durante o governo anterior, até o momento não há registros de pagamentos para o portal. Em contraste, o site Globo.com recebeu pelo menos R$ 394,5 mil em publicidade nesse mesmo período.

Além disso, de acordo com os dados da Secom e dos ministérios, houve uma mudança nos critérios de publicidade em jornais, resultando no retorno das inserções de anúncios nos veículos Folha (R$ 352,9 mil), O Globo (R$ 398,9 mil) e O Estado de S. Paulo (R$ 206,8 mil). Esses três veículos não haviam sido incluídos nos planos de mídia federais entre 2020 e 2022.

Em termos políticos, esse realinhamento desequilibrado sugere mais que aproximação com a Globo, um afastamento da Record e do SBT. A primeira é alinhada com o neopentecostalismo, que ao lado de Bolsonaro hostilizou o PT e propagou fake news em redes, a segunda manteve as críticas a Lula, mesmo após a anulação dos julgamentos do Lava-Jato, enquanto a Globo foi se mostrando mais moderada.

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