A inflação alta e juros elevados estão frustrando as expectativas do setor e levando empresas a ajustarem os planos de produção, segundo Estadão
As fabricantes brasileiras de veículos voltam a interromper a produção por falta de consumidores. As três grandes companhias, General Motors, Hyundai e Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Peugeot, Citröen, vão suspender linhas de produção e dar férias coletivas aos funcionários.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (20), a Hyundai concederá férias coletivas de três semanas para os trabalhadores dos três turnos da unidade em Piracicaba (SP). Já na quarta-feira (22), a Stellantis dispensa por 20 dias os funcionários do segundo turno da fábrica da Jeep em Goiana (PE). A General Motors também suspenderá a produção de São José dos Campos (SP) de 27 de março a 13 de abril.
Além da falta de componentes para produção, as paradas visam adequar a produção à demanda do mercado. Na prática, as montadoras vão pisar no freio para evitar a formação de grandes estoques, motivados pelo atual cenário econômico.
Um dos motivos é a alta inflação — o aumento no preço dos carros vem desde o final de 2020 e tem sido sentido cada vez mais. Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a demanda realmente dava sinais de desaceleração para 2023.
De acordo com os economistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o quadro de desaquecimento de vendas pode se prolongar até 2024.
Até aqui, ao menos quatro montadoras confirmaram férias coletivas para adequar a produção e evitar a criação de estoque no país. São elas: Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis.
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