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Mitsui mira expansão no mercado de distribuição de gás

Empresa japonesa está buscando exercer seu direito de preferência sobre as ações da Compass, terceira grande movimentação no setor

A Mitsui Gás está planejando sua terceira grande incursão no mercado de distribuição de gás natural no Brasil. A empresa japonesa está buscando exercer seu direito de preferência sobre as ações da Compass, que são detidas por meio da Commit (anteriormente conhecida como Gaspetro), em cinco concessionárias de gás no Nordeste do país.

A Compass, uma empresa do grupo Cosan, concordou em vender sua participação indireta nas empresas Algás (AL), Cegás (CE), Copergás (PE), Potigás (RN) e Sergas (SE) para a Infra Gás e Energia, uma empresa do grupo Infra SA com experiência em projetos de obras públicas.

A Mitsui Gás, como sócia da Compass na Commit, e os estados envolvidos têm o direito de preferência na aquisição desses ativos. Segundo relatos, a Mitsui já informou aos governos estaduais sua intenção de exercer essa opção, o que pode atrasar a entrada da Infra Gás no mercado.

Se a transação for concretizada e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), poderá desencadear uma nova onda de reorganização no setor de distribuição de gás, que passou por mudanças após a privatização da Gaspetro em 2022.

Essa movimentação faz parte da reconfiguração do mercado de distribuição de gás após a venda da Gaspetro pela Petrobras para a Compass em 2022 por R$ 2 bilhões. Como resultado dessa venda, foi criada a Commit, uma joint venture entre a Compass (51%) e a Mitsui (49%).

A Compass se concentrou no Centro-Sul do Brasil, onde controla empresas como Sulgás (RS), SCGás (SC), Compagas (PR), MSGás (MS), CEG Rio (RJ) e Necta (ex-GasBrasiliano/SP).

Nesse processo de reorganização, a Termogás, de Carlos Suarez, adquiriu participações da Commit em Goiasgás (GO), Gaspisa (PI), Gasap (AP), Rongás (RO) e CEBGás (DF), e estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba e o Distrito Federal exerceram seus direitos de preferência na aquisição de participações adicionais em Algás, Bahiagás, Cegás, PBGás e CEBGás.

A Infra Gás fechou um acordo com a Compass para adquirir as cotas remanescentes em cinco estados do Nordeste, mas a conclusão do negócio depende da posição da Mitsui.

A nova investida da Mitsui fortalece sua participação (direta ou indireta) nas cinco concessionárias em questão, mas não altera o controle dessas distribuidoras, que são todas empresas estatais controladas pelos estados.

A Mitsui já possui participações diretas (e também indiretas, por meio da Commit) na Algás, Cegás, Copergás e Sergas. Na Potigás, a empresa japonesa possui apenas uma participação indireta, por meio da Commit.

Esta é a terceira grande movimentação da Mitsui no setor de distribuição de gás. A empresa japonesa entrou nesse mercado em 2006, adquirindo a Gaspart, que detinha participações minoritárias em sete distribuidoras. Em 2015, a Mitsui adquiriu 49% da Gaspetro. Antes disso, em 2014, a empresa comprou as ações do grupo Taquari na Cegás.

Atualmente, a Mitsui possui participações em 13 distribuidoras, que juntas representam 44% do mercado não-termelétrico de gás no Brasil. Sua presença consolidada no setor é vista nos bastidores como uma facilitadora para a transição de governança nas distribuidoras, evitando a necessidade de negociar com um novo sócio nessas concessionárias.

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