O setor imobiliário de Manhattan teve seu melhor ano, se recuperando da pandemia com um recorde de US$ 30 bilhões (R$ 170,31 bi) em negócios. Mais de 16 mil contratos foram assinados, de acordo com um relatório da consultoria Corcoran, divulgado pela CNBC. Muitos pensaram que o mercado demoraria a voltar aos níveis pré-pandêmicos devido às perdas populacionais, aumento da criminalidade e altos impostos, mas houve guerras de preços e estoques em queda.
E não há sinais de desaceleração em 2022. O volume de vendas do quarto trimestre de 2021 de mais de US$ 6,7 bilhões (R$ 38 bi) marcou o período equivalente em pelo menos 32 anos, de acordo com relatório de Miller Samuel e Douglas Elliman. O preço médio de um apartamento em Manhattan é agora de US$ 1,95 milhão, um aumento de 11% em comparação ao quarto trimestre de 2020 – e próximo aos níveis pré-pandêmicos.
O retorno foi em grande parte impulsionado pelo topo do mercado – especificamente, compradores ricos adquirindo coberturas e grandes unidades de piso completo em novos empreendimentos. O estoque de novos empreendimentos despencou em um terço no quarto trimestre, a queda mais rápida de todos os tempos. Apartamentos novos com preços de US$ 10 milhões ou mais foram vendidos mais rapidamente – com média de apenas 97 dias no mercado, de acordo com dados da Serhant.
Houve pelo menos oito vendas no ano passado por mais de US$ 50 milhões, de acordo com Miller Samuel. A maior do ano foi do vice-presidente executivo da Alibaba, Joe Tsai, de dois andares completos no nº 220 da Central Park South, por US$ 157 milhões. O mesmo endereço já abriga a residência mais cara já vendida na América – a cobertura de US$ 238 milhões do bilionário dos fundos de hedge Ken Griffin. Já Jeff Bezos continuou a coletar apartamentos no 212 da Fifth Avenue, investindo US$ 119 milhões.
Os corretores informaram que muitos dos compradores não são residentes de Nova York ou contribuintes de imposto de renda. São investidores imobiliários ricos que procuram uma propriedade como investimento. Trilhões em riquezas foram criados durante as altas dos mercados de ações, a indústrias tecnólogicas e criptoativos. Quando esse pessoal enriquecido resolve investir em imóveis, Nova York é uma das escolhas mais óbvias.