No mundo, já são 29,3 mil pontos de venda que negociam diretamente em moedas virtuais
O que uma rede de supermercados em São José dos Campos, um hotel em Holambra e um estúdio de tatuagem de São Paulo têm em comum? Todos aceitam criptomoedas como forma de pagamento. Hoje é possível, por exemplo, pagar uma mensalidade escolar, uma consulta veterinária, comprar um pão de queijo e até mesmo um apartamento usando criptoativos em várias cidades brasileiras.
Segundo o Coinmap, site que monitora a aceitação das criptos em todo mundo, só no estado de São Paulo mais de 300 estabelecimentos aceitam pagamentos em moedas virtuais. No Brasil, esse número chega a 940. No mundo, já são 29.306 estabelecimentos que negociam diretamente em moedas virtuais.
O especialista em criptoeconomia e CEO da Lunes, Lucas Cardeal, diz que, atualmente, os criptoativos ainda são vistos, majoritariamente, como investimento, mas a aceitação no comércio é o primeiro passo para que eles se popularizem no Brasil. “A constante oscilação das cotações é um dos fatores que ainda impedem a disseminação do uso dos criptoativos”, afirmou o especialista, que explica que à medida em que mais estabelecimentos reconhecem os criptoativos como moeda corrente, isso deve fazer com que a cotação se estabilize.
Conhecimento
Outra barreira para a disseminação do uso, segundo Cardeal, é a falta de conhecimento e conscientização do mundo corporativo e dos usuários. Estudo realizado pela Sherlock Communications na América Latina comprova isso. Mais de 25% dos entrevistados brasileiros afirmaram que esperam investir em moedas digitais nos próximos 12 meses. No entanto, pouco mais da metade disso (13%), de fato, compraram os ativos até março deste ano. A falta de entendimento sobre a tecnologia e de como comprar e negociar com moedas virtuais é a maior razão apontada pelos entrevistados como obstáculos entre a vontade e a prática.