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França pagará € 9,7 bilhões para estatizar EDF

Oferta de aquisição será lançada no início de setembro na Bolsa de Paris. Estado francês pretende comprar ações com prémio superior a 50%

€ 9,7 bilhões. É este o preço fixado pelo Estado francês para nacionalizar a companhia de eletricidade nacional, a EDF, segundo o anúncio feito esta terça-feira (19) pelo Ministério da Economia francês.

A oferta de compra dos 15,9% de ações dispersos na Bolsa de Paris será lançada no início de setembro, segundo a France Info. Por cada ação serão pagos € 12, prêmio de 53% face ao preço de 5 de julho, véspera do dia do anúncio dos planos do Estado para controlar a totalidade do capital da EDF. Há ainda uma oferta de € 15,64 por cada obrigação convertível.

Depois do anúncio da oferta, as ações da EDF voltaram a negociar nos mercados franceses, após terem sido suspendas em 13 de julho. No regresso à negociação, os títulos dispararam 15%, para € 11,74 por ação.

No entanto, a oferta de aquisição de ações depende da aprovação, no Parlamento francês, de uma alteração ao Orçamento do Estado. Atualmente, o partido do Governo francês não conta com maioria absoluta, pelo que depende dos votos dos partidos França Insubmissa (de Jean-Luc Mélenchon) e da União Nacional (de Marine Le Pen).

Por conta da subida dos preços da energia, alguns governos europeus têm lançado mão sobre as suas companhias de eletricidade. Na Alemanha, o governo prepara um decreto-lei que permite a compra de ações em empresas prejudicadas pelo aumento do preço dos gás.

Motivo da estatização

A opção de nacionalizar totalmente a EDF foi sinalizada pelo presidente Emmanuel Macron no início deste ano. Segundo a primeira-ministra, Élisabeth Borne, a ideia é garantir a soberania francesa durante a guerra na Ucrânia e dos desafios que se aproximam. Essa é uma das maiores empresas de serviços públicos da Europa. Além disso, o funcionamento da EDF é central para a estratégia de energia nuclear da França —é a aposta do país para suavizar o impacto do aumento dos preços de geração e a perspectiva de uma interrupção do fornecimento de gás russo.

O problema é que as novas usinas nucleares atrasaram, e os custos aumentaram. A EDF enfrentou diversos problemas neste ano. Metade dos reatores na França estão desconectados do sistema, em parte por causa de problemas técnicos ligados à corrosão. A geração de energia nuclear teve que ser cortada diversas vezes.

A empresa também foi afetada por decisões que a obrigaram a vender energia às rivais a um preço com desconto (o governo tenta evitar uma alta da inflação). O problema é que a EDF precisou recomprar energia, e os preços estão altos.

A empresa diz que as perdas de produção reduzirão seu lucro em € 18,5 bilhões (R$ 102 bilhões). Sua dívida deve aumentar em 40% neste ano.

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