Dados do IPV apontam que redução pode estar atrelada aos feriados prolongados, além da queda no poder de compra
O volume de visitantes em lojas físicas caiu 8% em abril deste ano em relação ao mesmo período de 2022. É a segunda vez que as visitas registram queda desde novembro de 2021. Em março, a diminuição foi de 12%. Em contrapartida, os shoppings registraram alta de 6%. No levantamento sobre as lojas de rua, foi registrada leve baixa de 1%, enquanto os estabelecimentos em centros comerciais tiveram queda de 4%. Os dados são da pesquisa Índices de Performance do Varejo (IPV), organizada pelo HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Sob a ótica das vendas, a quantidade de boletos apresentou alta de 6% para lojas físicas, frente ao mesmo mês do ano anterior. A alta para lojas de rua foi de 12%, enquanto lojistas de shoppings sentiram retração de 2%. Já pela visão do faturamento, houve crescimento nacional de 13%, sendo de 20% em lojas físicas situadas na rua e 1% nas situadas centros de compras. Houve impacto inclusive no ticket médio nominal, com alta geral de 7%, sendo 8% para lojistas de rua e 3% para os de shoppings.
Ainda assim, a queda no fluxo de visitação em abril de 2023 em lojas físicas (8%), contra mesmo mês de 2022, foi heterogênea entre os estados. Três das cinco regiões registraram retração: Sul (-13%), Sudeste (-10%) e Nordeste (-1%). Já o Centro-Oeste (14%) e Norte (4%) apresentaram alta. O resultado ainda pode ser parcialmente explicado pelas diferenças regionais do impacto da pandemia.
Em relação ao volume de vendas, o movimento de alta (6%) para o Brasil foi generalizado entre as regiões. O destaque positivo foi o Nordeste (8%), seguido de perto pelo Norte (7%) e pelo Centro-Oeste (7%). Sobre o faturamento nominal, a maior alta também foi no Nordeste (17%), seguido pelo Norte (15%).
Entre os segmentos, o destaque do fluxo vai para a categoria livros, jornais, revistas e papelaria, que registrou crescimento de 31%. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos vêm na sequência, com alta de 25%. Móveis e eletrodomésticos recuaram 14%, e tecidos, vestuários e calçados caíram 11%.
Apesar da redução, os últimos meses vinham consolidando a retomada do setor pós-pandemia, mas o retorno da mobilidade urbana em progresso no ano passado puxou a base de comparação para cima, o que também explica, em partes, o montante para este mês. Em janeiro, o volume de vendas avançou no varejo restrito (3,8%), a maior alta para o mês de toda a série histórica, iniciada em 2000.
Confira outros destaques do levantamento do IPV em Abril de 2023:
- O Sul foi a região que mais sofreu com a queda do fluxo de visitantes: (-13%) na comparação com Abril de 2022 e (-20%) em relação a março de 2023;
- O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos teve alta em todos os índices na comparação anual: 25% em fluxo, 15% em vendas e 22% em faturamento;
- O Índice Cesta Básica no E-Commerce (ICB-COM) teve queda de 3,34% em relação a abril de 2022. Na variação mensal, houve alta de 1,45%;
- Lojas de rua tiveram destaque no faturamento em relação a Abril de 2023, com alta de 20%.