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Exame: voltaremos a lucrar em 2023, diz CEO da Latam após plano para credores

Roberto Alvo, CEO da Latam, comentou expectativa após apresentação de plano de recuperação de US$8,19 bilhões e possível aquisição da companhia pela Azul

Após apresentar um plano que propõe a injeção de US$8,19 bilhões ao Grupo Latam, o CEO Roberto Alvo manteve o tom otimista para a retomada em coletiva de imprensa na manhã deste sábado. “O Grupo Latam fica mais eficiente com o plano para os credores, com chances de competir com as companhias low cost mais agressiva e ter lucratividade em 2023”, afirma.

Atualmente a companhia tem mais destinos domésticos no Brasil do que antes da pandemia e reincorporou mais de 2.000 funcionários. “Vamos honrar 100% da operação doméstica quando comparada a antes da pandemia, e fechar o ano preparados para crescer”.

Segundo o executivo, mesmo com o surgimento de novas variantes de covid-19, como a ômicron, a companhia terá condições de crescer e ser competitiva. “Temos tido a recuperação da demanda em todos os mercados que operamos, sabemos que estamos em pandemia, com possibilidades de restrições de mobilidade, mas o Grupo se preparou para custos variáveis e reações importantes para as finanças”, afirma.

Caso isto ocorra, será pela injeção de recursos do plano, um dos maiores do setor. Na prática, a Latam deverá ter uma dívida total de aproximadamente $ 7,26 bilhões e liquidez de aproximadamente $ 2,67 bilhões. Segundo a Latam, já há apoio de 71% dos credores. “No contexto da lei é preciso 61% de aprovação, estamos confiantes com o andamento das negociações. Além disso, aguardamos a aprovação judicial para os próximos meses, e continuaremos nos processos regulatórios”.

O plano é acompanhado por um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) com o Grupo Ad Hoc de Credores da Matriz, que é o maior grupo de credores sem garantia nestes casos do Capítulo 11, e certos acionistas da LATAM.

Azul 

Quando questionado sobre a possível aquisição da Latam pela companhia aérea Azul, o executivo afirmou que de fato houve uma manifestação de interesse, assim como de outras partes, mas que o apresentado pela Azul foi insuficiente. “Avaliamos a melhor oportunidade para o Grupo. Os acionistas e credores acreditam no futuro dos negócios e a injeção de um recurso tão grande mostra a oportunidade de estruturação financeira sólida”.

Uma visão geral do plano

  • Após a confirmação do Plano, o grupo pretende lançar uma oferta de direitos de capital por meio da emissão de ações ordinárias no valor de US$ 800 milhões, que será aberta a todos os acionistas da Latam, respeitando os seus direitos de preferência conforme a legislação chilena vigente, e que estará totalmente respaldada pelos participantes do RSA, sujeito à execução de documentação definitiva e, em respeito ao apoio e respaldo dos acionistas, ao recebimento de aprovações corporativas.
  • Três classes distintas de títulos conversíveis serão emitidas pela Latam, e serão oferecidos preferencialmente aos acionistas da Latam. À medida que não forem subscritos pelos acionistas da LATAM durante o respectivo período de direito de preferência:
    Títulos conversíveis de Classe A serão fornecidos a certos credores gerais sem garantia da matriz da Latam como liquidação por suas reclamações permitidas no plano;
    Títulos conversíveis Classe B serão inscritos e adquiridos pelos acionistas referenciados acima;
    Títulos conversíveis Classe C serão oferecidos a certos credores sem garantia em troca de novas contribuições de capital para a Latam e da liquidação de suas reclamações de crédito, sujeitas a certas limitações e impedimentos por parte dos participantes.
  • Os títulos conversíveis pertencentes às classes B e C serão fornecidos, total ou parcialmente, em consideração de uma nova contribuição de capital no valor total de aproximadamente US$ 4,64 bilhões, totalmente respaldado pelas partes envolvidas no RSA, sujeito ao recebimento de aprovações corporativas pelos acionistas apoiadores.
  • A Latam também vai levantar U$ 500 milhões em uma nova linha de crédito rotativo e aproximadamente US$ 2,25 bilhões em financiamento de dívida por meio de novos recursos, seja por meio de um novo empréstimo a prazo ou com novos títulos.
  • O grupo também faz uso do Capítulo 11 para refinanciar e alterar os contratos de leasing anteriores ao processo, a linha de crédito rotativo e a linha referente a motores de reposição.

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Marina Filippe

Publicado em: cutt.ly/XT1vojN

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