Será o maior aporte de um único grupo na história da indústria automobilística. Estão previstos 40 novos produtos
Pela segunda vez na mesma semana uma grande montadora anuncia investimentos bilionários no Brasil. Depois da Toyota apresentar um projeto de R$ 11 bilhões, foi a vez da Stellantis, dona da Fiat e da Jeep. Nesta quarta-feira (6), o grupo comunicou que a partir de 2025 irá aportar R$ 30 bilhões em suas unidades. O projeto deve ser concluído até 20230. É o maior investimento de um único grupo na história da indústria automobilística do país. Há cerca de um mês, a VW divulgou que colocará R$ 16 bilhões em suas quatro unidades por aqui.
A Stellantis pretende colocar 40 novos produtos no mercado (veículos e suas variações), boa parte deles dotados de tecnologias descarbonizadas. Para agradar o consumidor brasileiro, a companhia deve utilizar o que chama de bio-hybrid, motorização que mescla eletrificação com motores flex a etanol. Com um mercado robusto, está previsto que a partir deste ano a Stellantis utilize baterias elétricas totalmente desenvolvidas e fabricadas no Brasil, conforme apresentado em agosto (imagem).
Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis, afirmou que os veículos 100% elétricos não são o principal objetivo da empresa no Brasil, onde a matriz etanol é forte e as baterias ainda são caras para a maioria dos consumidores de classe média. Para ele, mais importante é oferecer “mobilidade segura, limpa e acessível”. “Qual é a tecnologia mais limpa que podemos colocar no mercado por um valor que a classe média possa pagar?”, comentou, explicando que daí veio a escolha pelos híbridos elétrico/etanol.
Tavares também comentou que o direcionamento dos investimentos às unidades e quais serão os primeiros produtos lançados devem ser divulgados até julho. De certo, parece que apenas o aumento de 38 para 50 no número de fornecedores de componentes e sistemas na região da fábrica de Goiana (PE).
O investimento no Brasil está alinhado ao Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), instituído pelo governo federal em dezembro de 2023, por meio de medida provisória (MP).
