Para amenizar os prejuízos decorrentes da paralisação econômica, a companhia aérea americana Delta Air Lines anunciou que irá aposentar definitivamente sua frota de 18 Boeing 777, jatos de longo alcance para até 500 passageiros. O encolhimento será suprido pela frota de aeronaves Airbus A330 e A350, de fabricação francesa. Os aviões serão utilizados nas rotas internacionais. Classificado como “uma decisão difícil”, o anúncio foi feito pelo CEO Ed Bastian, nesta quinta-feira (14), no comunicado “Protegendo nosso futuro”.
O objetivo da empresa é conter e, até o final do ano, zerar a perda de caixa. São US$ 50 milhões ao dia e, só nesta quinta-feira, a companhia viu suas ações caírem 5,3%. Nos últimos 90 dias, as ações da Delta perderam 67% do valor.
Em serviço desde 1999, os 777 foram estacionados por serem mais dispendiosos que seus equivalentes europeus, que possuem motores e equipamentos eletrônicos mais modernos e econômicos. A decisão vai permitir que a companhia encolha a frequência de sua malha e preserve parcialmente os preços das passagens.
Quem sofre ainda mais com a decisão é a fabricante Boeing, que viu seu novo jato 737 MAX apresentar sucessivos problemas, com o cancelamento de 300 encomendas, dois acidentes que provocaram 346 mortes em 2019 e necessidade de US$ 60 bilhões para arrumar a casa. Além dos 777, jatos mais antigos MD-80 e MD-90, fabricados pela subsidiária da Boeing, McDonnell Douglas, darão baixa em junho. Desde o início da pandemia cerca de 650 aviões foram para o hangar. As ações da Boeing caíram 64,3% nos últimos três meses.
