O executivo brasileiro Carlos Ghosn foi formalmente indiciado nesta segunda-feira (10) no Japão. A promotoria acusa Ghosn de ter adulterado informações sobre os ganhos que obtinha como presidente do Conselho de Administração da montadora Nissan. Ele teria deixado de declarar cerca de US$ 45 milhões nos últimos cinco anos.
O caso está cercado incógnitas, já que poucas informações foram divulgadas pelos promotores desde que Ghosn foi detido em 19 de novembro. A Bloomberg chamou a atenção para o período em que o executivo está sendo mantido sob custódia. A agência de notícias diz que Ghosn não teve contato com seus advogados americanos nem com sua família. Ele estaria passando por longos interrogatórios com intuito de confessar os crimes. Mas, até o momento, o executivo insiste em sua inocência.
A Bloomberg comparou a condução da promotoria do Japão com outros casos, com envolvimento de executivos locais e que não tiveram o mesmo rigor. A agência também questionou se a trama não teria sido montada para tirar Ghosn do controle da montadora e abrir caminho para os executivos japoneses.
O indiciamento deve prolongar a prisão do brasileiro. A expectativa é que a promotoria finalmente apresente dados substanciosos para justificar a ação contra Ghosn.