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Braskem triplicou prejuízo no 4º tri

Companhia petroquímica reporta perda de R$ 5,6 bilhões e frustra expectativas

A Braskem (BRKM5) divulgou, na madrugada desta quinta-feira (27), um prejuízo de US$ 967 milhões no quarto trimestre de 2024, triplicando as perdas registradas no mesmo período do ano anterior. O desempenho operacional da companhia também apresentou queda significativa, com recuo de 50% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda) recorrente, que somou US$ 102 milhões nos últimos três meses do ano passado.

A empresa, que há anos enfrenta desembolsos bilionários para reparar danos em Maceió devido ao afundamento do solo causado por suas atividades de mineração, também sofreu impacto negativo com a oscilação cambial. O resultado financeiro da Braskem no período foi negativo em US$ 1,1 bilhão, um salto expressivo em relação aos US$ 154 milhões também negativos registrados no quarto trimestre de 2023.

Em reais, o prejuízo somou R$ 5,65 bilhões, um aumento de três vezes e meia na comparação anual. O ebitda recorrente foi de R$ 557 milhões, enquanto a expectativa média do mercado, segundo dados da bolsa de Londres, era de um prejuízo líquido de R$ 2 bilhões e um ebitda de R$ 1,75 bilhão.

A receita líquida da Braskem caiu 2% em dólares, mas subiu 15% em reais, alcançando R$ 19,15 bilhões. No entanto, o resultado ficou abaixo da previsão média do mercado, que projetava R$ 20,16 bilhões. O consumo de caixa também aumentou 14% no trimestre, totalizando R$ 542 milhões.

Reação do mercado

As ações da Braskem operam em forte queda na B3, figurando entre as maiores desvalorizações do Ibovespa. Por volta das 11h50 desta quinta-feira, os papéis da companhia caíam 5,8%, negociados a R$ 11,37. Nos Estados Unidos, os recibos de ações (ADRs) perdiam 4,9%, cotados a US$ 3,88.

Analistas atribuíram o resultado decepcionante à redução dos spreads petroquímicos, à baixa demanda e aos impactos cambiais. Relatório do Citi apontou que, apesar do desempenho fraco, a empresa pode se beneficiar nos próximos trimestres com a maior taxa sobre importação de petroquímicos e incentivos para o setor.

A XP destacou o aumento expressivo da dívida líquida da Braskem, que atingiu US$ 6,1 bilhões, embora ainda em níveis considerados controláveis. O Bradesco BBI, por sua vez, ressaltou que a desvalorização do real atenuou parcialmente os impactos negativos sobre os volumes de produtos petroquímicos vendidos.

Perspectivas e recomendações

Apesar do fraco desempenho recente, os bancos mantêm diferentes perspectivas sobre os papéis da Braskem. O Citi recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 23. O Bradesco BBI também recomenda a compra dos ADRs, estimando um preço-alvo de US$ 8,50. Já a XP adotou uma postura mais cautelosa e manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 27.

A maior petroquímica da América Latina, que tem a Petrobras entre seus acionistas controladores, encerrou 2024 com alavancagem de 7,42 vezes em dólares e termos recorrentes, uma leve melhora em relação ao final de 2023 (8,12 vezes), mas um crescimento significativo frente ao último trimestre, quando o múltiplo era de 5,76 vezes. O impacto das novas tarifas de importação será um fator crucial para definir o rumo da empresa nos próximos meses.


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