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Encontros sociais virtuais: uma solução para combater o estresse na pandemia

Quem não tem cão caça com gato em plena pandemia. Como lidar com a saudade dos amigos, quando o coronavírus afastou fisicamente as pessoas? A solução, para muitos, foi promover encontros sociais virtuais. O mecanismo é igual ao de uma videoconferência. Cada um em sua casa, os comes e bebes postados ao lado do notebook e câmeras ligadas. Pronto. Por algumas horas, a solidão da pandemia é reduzida e podemos matar as saudades de quem não vemos há tempos. Evidentemente, não é a mesma coisa. Mas quebra um galho danado.

Já participei de três modalidades.

A primeira é uma iniciativa que partiu de um grupo que, em situações normais, se reúne para uma Happy Hour que dura horas a fio, uma vez por mês. O encontro físico, sempre realizado na casa do grande amigo Rubens Taleb, é regado a quantidades industriais de gin tônica e baforadas de charutos.

A pandemia inviabilizou essas reuniões que muito me ajudam a afastar o estresse do dia a dia. Como mitigar a saudade de conversas que vão de assuntos sérios, como a política, e frívolos, como a lembrança de situações pitorescas vividas durante a juventude? A saída foi combinar, de tempos em tempos, uma conversa via aplicativo. Cada em seu canto com um copo (das últimas vezes, minha escolha etílica vem sendo consumir doses de Jack Daniel’s straight up) e muitas histórias para contar.

É difícil organizar a conversa. Há pelo menos dez pessoas na sala virtual, cada uma bebendo em suas casas – então, imagine a balbúrdia. No fim, porém, todos se entendem. Afinal, a amizade fala mais alto e é diariamente cultivada em um animado grupo de WhastApp que mantemos. No Japão, essa moda pegou. Quando visitei esse país, anos atrás, descobri que o Happy Hour era chamado em Tóquio de “nomi-nication”, uma mistura do japonês “nomi” (beber) com “communication” (comunicação) em inglês. Agora, em plena pandemia, surgiu outro neologismo: “on-nomi”, ou “beber on line”, um esporte praticado por milhares de nipônicos diariamente.

A segunda modalidade também envolve o consumo alcóolico (a terceira também – sorry!). Trata-se de uma iniciativa do amigo Orlando Cintra, que tem o apoio técnico da sommelière Karene Vilela. Ao contrário do espírito meio caótico que vivo no grupo de Happy Hour, aqui temos uma organização ímpar. Um grupo de discussão é formado na rede social, com a sugestão de um determinado tipo de vinho que iremos degustar. Compramos, então, duas garrafas via e-commerce e as recebemos com alguns dias de antecedência. No dia da degustação, todos nos conectamos e assistimos, online, uma palestra de Karene sobre o vinho que será provado.

Como ela é a moderadora do grupo, há um ordenamento na hora de fazer perguntas ou dizer as impressões. Ao final, ela desliga a câmera e deixa alguns remanescentes conversando fiado e tomando o que restou das garrafas. Novamente, não é a mesma coisa que desfrutar da companhia física de pessoas queridas, mas atenua a situação de penúria emocional.

Por fim, há os jantares virtuais. Eu e Cristina, nesta semana, realizamos um, com a ajuda do querido casal Orlando e Silvia Leone, que são donos de um restaurante estrelado em São Paulo. Com antecedência, Cris mandou um menu a alguns convidados, com opções de pratos e bebidas (infelizmente, muitos amigos estão quarentenados fora de São Paulo e não puderam participar). Orlando e Silvia cuidaram da logística, para que todos os participantes (18 casais no total) pudessem jantar mais ou menos ao mesmo tempo e conversar simultaneamente através das telinhas.

As bebidas foram enviadas com dois dias de antecedência e os pratos chegaram praticamente ao mesmo tempo. O chef do restaurante, ainda, fez duas entradas ao vivo para explicar o menu e contar histórias hilariantes dos restaurantes pelos quais passou.

Os convidados se divertiram muito, relaxaram e trocaram várias impressões entre si, embora vários não se conhecessem pessoalmente. Resultado: um programa virtual que deveria durar uma hora e meia foi encerrado quase depois de três horas após seu início. Vamos repetir a dose em breve, seguindo a sugestão do chef, de enviar pratos semiprontos que serão finalizados na casa de cada um. Essa nova brincadeira promete ser ainda mais divertida.

Estamos no Brasil e temos uma tendência irrefreável de sermos espontâneos em nossa vida privada. Poucos de nós fazem planejamento de atividades sociais no mundo físico – o que dizer de algo que ocorre apenas no ambiente virtual? Nos Estados Unidos, porém, isso é levado a sério. E, não à toa, a onipresente Oprah Winfrey se adiantou e pautou um roteiro para se realizar uma festa online (é só conferir aqui: https://www.oprahmag.com/life/a32147428/how-to-host-virtual-happy-hour/). Portanto, se você quiser fazer, digamos, uma festa temática, há algumas sugestões divertidas neste link.

Essas soluções estão longe se ser ideais. Mas ajudam a diminuir a sensação miserável de isolamento, que irrita, estressa e deprime. Essas pequenas janelas nos dão um pouco de ânimo para enfrentar o desafio diário de encontrar motivação para tocar o barco e seguir em frente mesmo sem previsão alguma de como ou quando tudo isso vai acabar.

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