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Ataques cibernéticos a empresas sobem 83% em três anos

C&A, Banco Inter e Boa Vista. Essas três empresas atuam em diferentes setores da economia, mas tiveram um problema em comum: sofreram ataques cibernéticos e tiveram dados dos clientes roubados nas últimas semanas. Nome, RG, CPF, CEP, endereço e número da conta corrente foram algumas das informações que acabam caindo na rede. Segundo estudo da PwC, publicado no fim do ano passado, ataques promovidos por hackers cresceram 83% nos três anos anteriores.

Especialista em prevenção a fraudes do SAS, empresa focada em análise de dados, Ricardo Saponara explica as motivações que estão por trás destes vazamentos: “Algumas informações confidenciais podem beneficiar terceiros em decisões fundamentais, como compra de ações. Dados do cartão de crédito também podem ser usados, para realizar compras ou atividades ilícitas”, afirma. Apesar de contarem com mais recursos e estrutura para controlar sua base de dados, as maiores companhias muitas vezes estão expostas à sabotagem interna dos próprios funcionários, ou mesmo de colaboradores, segundo Saponara.

Já Rogério Dabul, sócio da área de Risk Advisory da Deloitte, destaca a ação de hackers nos vazamentos. De acordo com ele, muitos não têm necessariamente uma motivação financeira para invadir as empresas: “Muitos ataques ocorrem em um contexto de competição entre os hackers, para mostrar que um é superior ao outro e vice-versa. Às vezes, eles não têm noção do que isso causa no ambiente corporativo”, pondera.

Para evitar vazamentos futuros, os especialistas sugerem que as empresas tenham funcionários bem instruídos digitalmente, definições mais claras de quem pode acessar as informações dentro da base de dados e invistam mais em sistemas de monitoramento. Um ponto de convergência entre os entrevistados pelo MONEY REPORT é o apoio à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada pelo presidente Michel Temer em agosto, que regula e dá mais transparência à maneira com que as empresas públicas e privadas captam e utilizam dados de seus usuários. Marcia Ogawa, da Deloitte, vê a lei como um importante avanço para o ambiente digital no Brasil, tendo o mérito de não exagerar nas contrapartidas exigidas às empresas: “Se a gente tornar essa questão muito burocrática, podemos inibir a inovação, porque a economia digital é fortemente focada nos dados coletados”, afirma. “Isso pode prejudicar empresas como startups, que não têm condição de ficar contratando advogados para entender o limite da sua atuação.”

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