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Algumas reflexões sobre o Chat GPT

Nos últimos dias, um dos assuntos frequentes nas redes sociais ou na imprensa é a inteligência artificial Chat GPT. Trata-se de um salto substancial ao patamar de IA que tínhamos à disposição e suas habilidades levaram à pergunta inevitável: essa ferramenta pode substituir seres humanos?

A mesma celeuma, em menor escala, surgiu quando assistentes virtuais como Siri e Alexa apareceram no mercado. Lembro inclusive de um episódio do seriado “Big Bang Theory” em que o nerd Raj Koothrappali (vivido por Kunal Nayyar) acaba tratando sua assistente virtual como uma namorada. Ao pensar sobre o Chat GPT também foi inevitável lembrar de minha filha, aos dez anos de idade, conversando com seu iPhone. “Siri, você me ama?”, perguntou ela. “Você está procurando por amor no lugar errado”, respondeu o aparelho.

Fala-se em robôs inteligentes substituindo funções humanas há muito tempo na ficção científica – ou mesmo seres artificiais criados para atividades perigosas para a raça humana, como vimos em “Blade Runner: Caçador de Androides”. Mas o Chat GPT é a primeira manifestação realmente importante dentro desse campo e que pode ser considerada algo com o potencial de mudar o curso da história.

Há muito espaço para essa ferramenta evoluir. Mas, nesse estágio inicial, já se pode afirmar categoricamente: o Chat GPT pode, sim, exercer algumas funções humanas. Mais que isso: é possível utilizá-lo para substituir pessoas que não agregam nenhum valor a suas funções.

Vamos dar dois exemplos.

Um pode estar no próprio jornalismo. Um portal pode programar o Chat GPT para monitorar a rede e produzir notas sobre, digamos, as últimas notícias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste caso, a ferramenta substituiria um jornalista que não contribui com nada no texto a não ser uma descrição factual. Outro exemplo pode estar no Direito. O Chat GPT pode encontrar, rapidamente, uma lei que se aplique a um determinado caso – mas dificilmente poderia interpretá-la de acordo com as necessidades específicas de um caso. Ou seja, se o advogado em questão for bom apenas em investigar a legislação, pode perder seu emprego para a máquina.

Ocorre que essa e outras máquinas não possuem a capacidade de criar a partir do nada. Antes de mais nada, a ferramenta precisa ser provocada e, uma vez acionada, vai atrás de matéria-prima em um sem-número de conteúdos na rede para compor um texto. Já as pessoas criam ideias, poemas, textos ou argumentos a partir da própria vontade. Mas, se essas ideias forem recicladas ou nada originais deverão sofrer uma concorrência ingrata da inteligência artificial.

Muitos analistas acreditam que o principal risco oferecido pela IA não é o de substituir a mão-de-obra humana, mas criar constrangimentos e perigos para a sociedade, ao estilo do filme “O Exterminador do Futuro” (no qual as máquinas se revoltam contra os homens em 1997, através do servidor da empresa Skynet). Talvez não precisemos temer algo tão radical, mas prevenir é melhor que remediar. “O sucesso em criar uma inteligência artificial talvez seja o maior evento da história da humanidade”, dizia o físico Stephen Hawking. “Infelizmente, também pode ser o último, a não ser que aprendamos como evitar os riscos que vão surgir neste processo”.

Mas há riscos também para o Chat GPT – o humor do brasileiro, que aproveitou seu surgimento para utilizar a inteligência artificial a serviço de piadas. Uma delas, beirando o sacrilégio, é um meme no qual alguém pede para que uma passagem bíblica seja narrada pelo ex-deputado Alexandre Frota. E outro, que virou um clássico, remete às brincadeiras populares dos estudantes do antigo quarto ano primário. Trata-se do seguinte diálogo entre um usuário brasileiro e o Chat GPT:

– Conhece o Mário?

– Que Mário?

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