Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Fundos retiram US$ 13,3 bi da BlackRock em protesto
Quase dois anos após o início de uma campanha entre os republicanos nos EUA para punir a BlackRock por insistir que as mudanças climáticas acarretam riscos financeiros, fundos de investimento de estados governados pelo partido retiraram cerca de US$ 13,3 bilhões da maior gestora de ativos do mundo. A cifra representa apenas 0,1% dos US$ 10 trilhões em ativos administrados. Alguns fundos de pensão estatais republicanos ainda têm bem mais de US$ 20 bilhões depositados com a gestora. No total, a BlackRock registrou entradas líquidas de US$ 138 bilhões em toda a América no ano passado.
Relatórios de sustentabilidade ampliados em 16%
A quantidade de empresas que publicaram seus relatórios de sustentabilidade cresceu 15,8% em 2022, perante os 12% registrados em 2021, informa a Pesquisa de Inovação Semestral 2022 – Indicadores Básicos, divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as companhias que divulgaram seus relatórios, 86,5% investiram em inovação em 2022. A maior parte foi registrada em negócios a partir de 500 colaboradores (36,5%). Os setores que lideraram o ranking foram os de bebidas (38,8%), tabaco (36,4%), química (30,7%), indústrias extrativas (29,4%) e de fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (25,3%).
Momento animador, mas perigoso
“É tanto um momento emocionante para o ESG quanto muito perigoso, porque, claramente, o termo está sendo usado mais amplamente. Mas também é perigoso, porque desencadeou uma resposta política realmente problemática de pessoas que são ideologicamente contrárias ao progresso, mas especialmente se tiver um recorte social ou ambiental. E será desafiador por um bom tempo, porque não acho que essa resposta política vá desaparecer.” explica o sociólogo John Elkington, criador do tripé conceitual do ESG (ambiental, sustentável e de governança).
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Onda de calor de março foi 1°C mais quente
A onda de calor que atingiu o Brasil em março de 2024 foi 1°C mais quente do que as observadas anteriormente, mesmo ocorrendo fora da temporada de verão, mostra um estudo divulgado pelos cientistas da ClimaMeter. Segundo a análise, este evento que antes era incomum agora é frequente – e o motivo todo mundo já conhece: mudança climática causada pela queima de combustíveis fósseis. “De 15 a 18 de março de 2024, uma onda de calor recorde engolfou o Sudeste do Brasil com temperaturas alcançando níveis sem precedentes para o período de outono precoce no Hemisfério Sul (chegando a 42°C na capital do Rio de Janeiro). O índice de calor escaldante, atingindo 62,3°C, marcou o mais alto registro na cidade na última década”, observa a ClimaMeter.
Europeus querem relaxar lei antidesmatamento
Cerca de 20 países europeus pediram à Comissão Europeia – o braço executivo da União Europeia (UE) – a redução e posterior suspensão da lei antidesmatamento do bloco, alegando que a política prejudica os agricultores. Esta é a mais recente oposição à agenda ambiental do bloco. A lei da UE pretende erradicar o desmatamento das cadeias de abastecimento de carne bovina, soja e outros produtos agrícolas vendidos na Europa. É uma tentativa de que os consumidores do bloco não contribuam para a destruição das florestas da Amazônia, África Equatorial e Sudeste Asiático.
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ONU: igualdade de gêneros deve ser prioridade nos orçamentos públicos
Um dos temas do congresso “A igualdade de gênero como um imperativo econômico fundamental” foi a necessidade de redistribuição de orçamentos públicos para minimizar os efeitos das desigualdades estruturais. A discussão ocorreu na 68ª Comissão sobre a Situação da Mulher, evento anual das Nações Unidas (ONU) ocorrido na sede da organização, em Nova York. Foram citadas a diferença salarial entre homens e mulheres em atividades semelhantes; a dificuldade em acesso a crédito por parte de empreendedoras; falta de serviços básicos, inclusão financeira e educação digital; poucas vagas de trabalho formal; acesso à educação e assistência médica apropriadas; e participação política.
Votorantim emite SLBs no exterior
A Votorantim Cimentos lança títulos de dívida no exterior. A operação movimenta cerca de US$ 500 milhões, conforme fontes que acompanham a operação. O vencimento será em dez anos. Com os recursos a companhia deve recomprar bonds que vencem em 2027. Os novos papeis serão ligados a objetivos de desenvolvimento sustentável, conhecidos em inglês como sustainability linked bond (SLB).
