Com 50 GW de capacidade instalada, o país consolida a energia solar como a segunda maior fonte da matriz elétrica, mas enfrenta desafios com o aumento de impostos sobre componentes
O Brasil alcançou a marca de 50 gigawatts (GW) de capacidade instalada em energia solar, tornando-se o 6º maior gerador mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão. O avanço coloca a energia solar como a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, representando 20,7%, superada apenas pela hidrelétrica, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Dos 50 GW totais, 33,5 GW vêm de pequenos e médios sistemas descentralizados, enquanto grandes usinas solares contribuem com 16,5 GW. Entre janeiro e outubro de 2024, 119 novas usinas foram instaladas no país, adicionando 4,54 GW à capacidade nacional.
Desde 2012, o setor atraiu R$ 229,7 bilhões em investimentos e gerou R$ 71 bilhões em arrecadação fiscal, além de evitar a emissão de 60,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂), reforçando o papel da energia solar no combate às mudanças climáticas.
Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios. A recente decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) de aumentar o Imposto de Importação sobre componentes de painéis solares de 9,6% para 25% gerou preocupações na Absolar. A associação alerta que a medida pode desacelerar o crescimento do setor e aumentar custos, embora o governo defenda a iniciativa como uma forma de fortalecer a indústria nacional e criar empregos.
Liderança global no setor solar
Os investimentos no Brasil refletem uma expansão global do uso de energia solar, com o país ocupando uma posição de destaque. A capacidade instalada de outros líderes globais é:
- China: 817 GW
- Estados Unidos: 189,7 GW
- Alemanha: 94,36 GW
- Índia: 92,12 GW
- Japão: 90,4 GW