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Quanto maiores ficam as criptomoedas, pior é sua performance, diz BIS

LONDRES (Reuters) – Criptomoedas não são escaláveis e têm mais chance de sofrer uma quebra de confiança e eficiência quanto maior o número de pessoas usando elas, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS) neste domingo, em seu mais recente alerta sobre o avanço de moedas virtuais.

Para que qualquer tipo de dinheiro funcione em diferentes redes, é preciso confiança na estabilidade de seu valor e em sua habilidade de escalar eficientemente, disse o BIS, um grupo guarda-chuva para os bancos centrais do mundo, em seu relatório anual.

Mas a confiança pode desaparecer instantaneamente por causa da fragilidade de redes descentralizadas das quais dependem as criptomoedas, disse o BIS.

Essas redes também são propensas a congestionamento à medida que ficam maiores, de acordo com o BIS, que citou as altas taxas de transação da moeda digital mais conhecida, o bitcoin, e o limitado número de transações por segundo com que eles podem lidar.

“A confiança pode evaporar a qualquer momento, por causa da fragilidade do consenso descentralizado por meio do qual as transações são registradas”, disse o grupo baseado na Suíça em seu relatório.

“Isso não apenas coloca em xeque a finalidade de pagamentos individuais, também significa que a criptomoeda pode simplesmente parar de funcionar, resultando em completa perda de valor.”

O chefe de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin, disse que dinheiro soberano tem valor porque possui usuários, mas muitas pessoas possuem criptomoedas puramente por razões especulativas.

“Sem usuários, seria simplesmente um token sem valor. Isso é verdade no caso de ser um pedaço de papel com um rosto ou um token digital”, disse ele, comparando moedas virtuais a cartões de baseball ou Tamagotchi.

Nenhum banco central emitiu moeda digital, embora o Riksbank na Suécia, onde o uso de dinheiro vivo caiu, esteja estudando uma e-krona para uso em pequenos pagamentos.

O BIS também disse em seu relatório anual que uma regulação efetiva de moedas digitais precisaria ser global, mirando tanto instituições financeiras reguladas como também empresas oferecendo serviços relacionados às criptomoedas.

(Por Tommy Wilkes)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7757))

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