Os resultados são atribuídos principalmente aos juros altos e inadimplência
No primeiro semestre, os fabricantes de implementos rodoviários (reboques, semirreboques, caçambas, basculantes e carrocerias) registraram uma queda de 2,77% no volume de entregas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) atribui o resultado aos juros altos e à inadimplência. No entanto, a entidade destaca que as novas previsões de crescimento do PIB para o ano sugerem que o segundo semestre pode ser mais positivo para a indústria de implementos.
De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (5), foram licenciadas 73 mil unidades entre janeiro e junho deste ano, em comparação com 75 mil no mesmo período de 2022. Esse resultado reflete desempenhos diferentes nos dois segmentos que compõem o setor.
No segmento de carga pesada as entregas aumentaram 4,63% este ano. Influenciado pelo agronegócio, mineração e infraestrutura, foram emplacados 42,1 mil implementos. No primeiro semestre do ano passado, foram entregues 40,2 mil produtos. No entanto, há diferenças de desempenho dentro desse segmento. Produtos como tanques de inox e silos registraram crescimento de 104% e 77%, respectivamente, enquanto os implementos para transporte de toras e porta-contêiner tiveram queda de 32,5% e 22% na comparação anual. A Anfir espera entregar 75 mil pesados até o final do ano.
Por outro lado, o segmento de leves, conhecido como “carrocerias sobre chassis”, impactou negativamente os números do setor e resultou em queda acumulada no semestre. Esse segmento, que é mais influenciado pela distribuição de cargas nas grandes cidades, teve uma queda de 11,3%. Foram entregues 30,9 mil implementos até o final de junho de 2023, em comparação com 34,8 mil no mesmo período do ano anterior. Apenas uma família de produtos apresentou crescimento, os baús lonados, com aumento de 17%. Os demais produtos estão todos em declínio, sendo que a maior queda foi na linha de betoneiras, com 21,4%. A expectativa da associação é entregar 60 mil implementos para esse segmento até o final do ano.
José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, ressaltou que os setores que sustentam o segmento pesado, como agronegócio e construção civil, continuam em alta e atendendo à demanda. No entanto, no segmento de leves, onde a obtenção de financiamento é mais difícil, a realidade é diferente.
