A carne bovina manteve retração pelo sexto mês consecutivo, aponta Apas
Os preços dos alimentos nos supermercados paulistanos caíram 0,21% em junho, marcando o sexto mês consecutivo de queda. As principais categorias de produtos que registraram quedas de preços foram produtos semielaborados (-2,5%), frutas (-1,50%), verduras (-1,13%), legumes (-5,67%) e bebidas alcoólicas (-0,17%).
A inflação acumulada no ano ficou em 1,62%, menor patamar para o primeiro semestre dos últimos seis anos. No acumulado em 12 meses, a inflação desacelerou de 7,25%, em maio, para 5,62%, em junho. O registro é do Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A categoria de produtos semielaborados apresentou deflação de 2,5% em junho. Todas as subcategorias registraram redução de preços no período. A carne bovina manteve pelo sexto mês consecutivo queda de preços, com retração de 1,8% no mês. No acumulado do ano, a carne bovina acumula queda de 6,72% e cortes do boi, como o fígado, fraldinha e o acém tiveram queda próxima de 10%, com variação respectiva de 10%, 9,7% e 9,5%, respectivamente.
A redução no preço da carne bovina é resultado do menor custo de engorda do boi de corte. A conjunção de chuvas abundantes no início do ano; redução do preço da ração animal e, principalmente, alteração na dieta de engorda, com maior participação de pasto e menor participação de ração animal; além do embargo temporário entre fevereiro e março das exportações à Rússia e à China, refletiram na queda de preço da proteína.
A carne suína também deflacionou em junho (-2,8%), porém, no acumulado em 12 meses ainda segue em alta (4,6%).
O preço do leite recuou 2,42% em junho, porém o primeiro semestre do ano, segue com o acumulado em alta de 10,9%. O aumento no preço do leite, no início de 2023, está relacionado tanto à redução dos estoques dos produtores, quanto do aumento dos custos de produção.
A Apas acredita que a tendência de desaceleração dos preços dos alimentos deve continuar nos próximos meses, com a desaceleração e até mesmo queda nos preços dos insumos produtivos.