Economista-chefe do BNDES, Fabio Giambiagi não vê futuro viável para o Brasil sem uma ampla reforma nas regras previdenciárias. Em evento nesta quinta-feira (22), em São Paulo, Giambiagi afirmou que, sem mudanças no INSS, o Brasil vai passar por um “suicídio em slow motion” nos próximos anos. O déficit previsto para 2018 é superior a R$ 200 bilhões, podendo alcançar R$ 220 bilhões no próximo ano. O crescimento dessas despesas está na raiz da crise fiscal do estado brasileiro, cujos gastos crescem ininterruptamente desde os anos 90.
Para o economista, os teóricos que defendem a reforma precisam “ir às ruas” para convencer a população acerca de sua necessidade. “Tem que arregaçar as mangas, ir aos programas da Luciana Gimenez, Ana Maria Braga, do Ratinho, para falar com o cidadão”, afirmou. “Precisamos exercer nossa capacidade de persuasão para mostrar que estamos defendendo coisas palatáveis e necessárias para o país todo.”
Outro economista que participou do evento foi Paulo Tafner, que ajudou Armínio Fraga na elaboração de uma proposta ousada para reformar a Previdência, que prevê economizar mais de R$ 1 trilhão em uma década. Para Tafner, o presidente de plantão precisa estar absolutamente convencido para a reforma sair. “Não pode ser uma ‘proposta do Tafner’, ela tem que ser encampada pelo presidente”, disse. Seria esse um recado para Jair Bolsonaro?