Capital paulista figura entre as 25 cidades com mais profissionais de tecnologia no mundo; Brasil é o 6º país com maior número de especialistas em inteligência artificial
Apesar da conhecida escassez de profissionais qualificados na área de tecnologia, o Brasil – especialmente a cidade de São Paulo – vem se consolidando como um dos principais polos de inovação e tecnologia do mundo. É o que mostra um levantamento global da CBRE, empresa especializada em soluções imobiliárias comerciais, que analisou 115 localidades.
A capital paulista aparece na 21ª posição entre as cidades com maior número de profissionais de tecnologia, com destaque para áreas como desenvolvimento de software, ciência de dados, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem. Na América Latina, a Cidade do México está logo à frente, na 20ª posição.
O estudo aponta ainda que, quando o foco é inteligência artificial (IA), o Brasil ocupa uma honrosa 6ª colocação global, com 58 mil profissionais atuando na área. O país fica atrás apenas de Estados Unidos (406 mil), Índia (375 mil), Reino Unido (72 mil), Alemanha (66 mil) e Canadá (59 mil).
Segundo Marcos César, diretor da CBRE, o Brasil enfrenta gargalos em qualificação, mas se destaca pelo volume absoluto de profissionais com ensino superior: 31,5 milhões de pessoas – o que posiciona o país como o 4º maior mercado de mão de obra qualificada do mundo, atrás apenas de Índia, China e Estados Unidos. “O volume compensa a baixa taxa proporcional de ensino superior e confere ao Brasil uma vantagem estratégica, especialmente pelo custo competitivo da força de trabalho”, afirma.
A baixa remuneração média anual de um engenheiro de software no país, de US$ 31 mil, se mostra atrativa para empresas internacionais em busca de talento qualificado e custo reduzido. Além disso, o Brasil aparece como 13º no ranking de países com mais universidades entre as mil melhores do mundo, com 13 instituições listadas.
Além de São Paulo, outras cidades brasileiras como Belo Horizonte, Campinas, Florianópolis e Recife vêm despontando como polos emergentes no setor de tecnologia. “Esses centros estão cada vez mais no radar de empresas globais que buscam expandir operações de tecnologia e inovação na América Latina”, complementa César.
No aspecto imobiliário, São Paulo também chama atenção. A cidade conta com 17 milhões de metros quadrados de escritórios, com taxa de vacância de 18% em abril de 2025, o menor nível desde 2020. Nos escritórios de padrão AAA, a taxa caiu para 12,6%, bem abaixo dos 17,3% registrados em abril de 2024.
Áreas nobres da cidade, como Faria Lima e JK Itaim, operam com vacância abaixo de 8% e mostram valorização nos preços por conta da escassez de novas entregas e alta demanda. Regiões como Chucri Zaidan ainda apresentam valores mais acessíveis, mas o estoque limitado – com apenas 24 mil m² adicionados no primeiro quadrimestre de 2025, 50% a menos que no mesmo período do ano anterior – tende a manter a pressão sobre os preços.
