Após quatro meses de crescimento, atividade registrou variação negativa, acumulando queda de 2,2% no semestre
A produção industrial brasileira caiu 0,4% em junho, na comparação com maio, interrompendo uma sequência de quatro meses de alta, informou nesta terça-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a junho de 2021, a indústria recuou 0,5%, depois de o resultado de maio ter interrompido nove meses seguidos de queda no comparativo interanual. No semestre, o setor acumulou queda de 2,2% e, em 12 meses, uma retração de 2,8% – pior resultado desde março de 2021 (-3,1%).
Com o resultado de junho, o setor ainda está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18% abaixo do nível recorde da série histórica da pesquisa, alcançado em maio de 2011. A última queda da indústria havia sido registrada em janeiro (-1,9%).
“Com o resultado de junho, há uma acentuação do saldo negativo no ano (-0,5%) quando comparado com o patamar de dezembro de 2021. Isso reflete as dificuldades que o setor industrial permanece enfrentando, como o aumento nos custos de produção e a restrição de acesso a insumos e componentes para a produção de bem final. Nesse sentido, o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas”, afirmou o gerente da pesquisa André Macedo.
Entre as atividades, as principais pressões de queda vieram dos segmentos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%). As outras contribuições para o resultado negativo do setor foram as atividades de máquinas e equipamentos (-2%), metalurgia (-1,8%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,8%) e outros equipamentos de transporte (-5,5%).
Na comparação com maio, nove atividades se expandiram. Os destaques no resultado geral da indústria, no campo positivo, foram produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,1%) e indústrias extrativas (1,9%).
