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Prejuízo operacional dos planos de saúde atinge R$ 1,7 bi no 1º tri

Apesar disso, o resultado final na assistência médico-hospitalar privada no período foi positivo, com um lucro líquido de R$ 620,6 milhões

De acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o setor de planos de saúde registrou um prejuízo operacional de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre deste ano, aprofundando a perda de R$ 1 bilhão em relação ao mesmo período de 2022.

Esses números refletem a disparidade entre a receita obtida pelas empresas do setor por meio das mensalidades pagas pelos beneficiários ou empresas contratantes e os gastos assistenciais e operacionais dos planos.

Apesar disso, o resultado final na assistência médico-hospitalar privada no período foi positivo, com um lucro líquido de R$ 620,6 milhões, porém inferior aos R$ 1 bilhão do ano anterior. Isso ocorre porque as perdas operacionais são compensadas pelo crescente resultado obtido pelas operadoras com o rendimento de aplicações financeiras.

Esse lucro de R$ 620,6 milhões representa 0,95% da receita efetiva dos planos de saúde, conforme informado pela ANS, e contribui para equilibrar as contas do setor, embora com certa dificuldade.

Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que reúne 140 empresas do setor, destaca o claro problema do descompasso entre receita e despesa. Ele ressalta que este ano começou pior do que 2022, com a migração de beneficiários para planos mais econômicos, enquanto as despesas com produtos estão crescendo mais rápido do que a receita. A maior perda operacional provém de despesas mais elevadas.

Despesas

Novais destaca o aumento das despesas com reembolsos e o maior uso de terapias continuadas, como psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia.

Em 2022, os planos de saúde enfrentaram um prejuízo operacional de R$ 10,7 bilhões, uma queda significativa em relação aos R$ 919 milhões negativos do ano anterior. No final do primeiro trimestre deste ano, a perda acumulada em 12 meses atingiu R$ 11,2 bilhões.

A agência reguladora ressalta o aumento da sinistralidade, que é a proporção das receitas provenientes das mensalidades que é gasta com assistência médica, como um fator que pressiona negativamente os resultados das operadoras. No primeiro trimestre, esse índice alcançou 87,2%, um aumento de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2022.

Os resultados dos primeiros três meses de 2023 ficaram abaixo das expectativas da Abramge, afirma Novais. A entidade esperava uma perda menor em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Estamos ajustando as mensalidades tanto dos planos individuais quanto dos corporativos. Portanto, é surpreendente ver que o resultado operacional está piorando. Isso sinaliza um cenário desfavorável para o resultado anual como um todo, pois o primeiro e o quarto trimestres são normalmente os melhores”, diz o superintendente executivo da Abramge.

Os planos de saúde contam com 50,5 milhões de usuários no país, em comparação com 48,9 milhões no final de 2022. Desse total, um pouco mais de 17% estão em planos individuais e familiares, enquanto o restante está em planos coletivos empresariais ou por adesão.

Devido ao cenário econômico adverso, novos beneficiários estão ingressando em contratos com mensalidades mais baixas do que as dos planos já existentes. Esse movimento é impulsionado pela oferta de produtos com preços mais baixos devido a restrições, como cobertura regional limitada ou exigência de coparticipação do usuário.

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