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Máscara: você ainda vai usar uma?

As autoridades médicas não recomendam o uso de máscaras pela população, a não ser em casos extremos. Como as pessoas não estão acostumadas a usá-las, haverá um tira-e-põe inevitável que poderá causar contaminações. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, afirma que o uso é recomendado apenas para aqueles que estão infectados e apresentam sintomas ou cuidam dos que podem estar contaminados. Além disso, apenas um modelo de proteção facial – o N95 – têm a capacidade filtrar 95 % (daí o nome) de partículas e alguns tipos de bactéria. Pronto, já fiz meu disclaimer.

Agora, vamos à realidade.

Países do oriente usam máscaras há anos. Seu uso cresceu enormemente após as epidemias de H1N1 e de SARS (esta última, nem chegou pelo Brasil). Com o tempo, a população se acostumou a manipulá-las e as incorporou em seu dia a dia.

Quem já circulou em Tóquio – e principalmente andou de metrô na capital japonesa – sabe que o cidadão local usa esse equipamento quando está em ambientes confinados. Este é um efeito psicológico visível de um comportamento que já existia pelo menos desde a década de 1990, mas foi exacerbado com a proliferação de dois vírus que não provocaram confinamentos e isolamento social. Imagine, portanto, a sequela que pode ser causada pela pandemia atual.

O que vai acontecer quando a quarentena for relaxada (em algum momento, isso ocorrerá)? O coronavírus não terá sido erradicado. Estamos vivendo o shutdown para evitar o colapso do sistema de saúde e o estrangulamento das unidades de terapia intensiva nos hospitais públicos e privados. Passada a onda inicial e afastado o perigo de colapso das UTIs, o lockdown será relaxado, mas o vírus continuará a circular.

Mesmo que o seja efeito paliativo, muitos passarão a usar máscaras.

Vejam o que disse George Gao, director do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China à revista Science, dois dias atrás: “O grande erro que vejo nos Estados Unidos e na Europa é que as pessoas não estão usando máscaras. O vírus é transmitido por gotas de saliva e contato próximo. Você precisa usar uma máscara, pois gotas de saliva sairão da sua boca assim que você falar. Se assintomáticos ou pré-sintomáticos usarem máscaras, isso pode prevenir que perdigotos carregando o vírus infectem outras pessoas”. Essa declaração pode também ser aplicada ao Brasil.

Há um temor na comunidade em relação ao uso indiscriminado de proteção facial – o de que muitos reusem as máscaras, algo anti-higiênico, ou que utilizem produtos piratas que acabem sendo inúteis. Este poderá, de fato, ser um problema. Por isso, é preciso investir em comunicação para evitar outro grande desafio na saúde públicar.

Uma recente pesquisa feita na Coreia do Sul mostrou que 19 % da população usavam proteção no rosto antes da epidemia. O mesmo estudo, no entanto, apontou que, agora, 70% dos entrevistados vão adquirir o hábito de usar a máscara durante todo o tempo em que estiverem nos locais públicos e fechados.

A produção da 3M de máscaras N95 reflete essa tendência. Até janeiro, saiam de suas linhas de fabricação 33 milhões de unidades mensais. Hoje, esse número está em 83 milhões. Ao final do ano, chegará a 166 milhões.

Ou seja, as máscaras chegaram para ficar e serão incorporadas ao dia a dia, como o celular faz parte indelével de nossas vidas. Muitos vão adotar esse hábito logo de saída? Dificilmente, especialmente num país como o Brasil. Chegaremos no mesmo nível de uso como no Japão? Talvez não. Lá até grifes lançaram máscaras, como Hello Kitty (foto). Mas precisamos entender que o mundo mudou com o surgimento deste vírus e, com isso, nossos hábitos também precisarão ser alterados. O uso das máscaras pode ser um dos novos costumes que deveremos adotar.

E você, já comprou a sua?

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