Desempenho foi puxado pelo avanço no agro (16,7%), no comércio (5,5%) e na indústria (2,1%)
O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras – com receita anual de até R$ 50 milhões – avançou 1,9% em média no ano passado, segundo levantamento da plataforma de gestão Omie, que agregou a movimentação financeira de aproximadamente 115 mil clientes pelo país. O indicador é tratado como um termômetro econômico, que agrega 692 atividades econômicas, de cinco grandes setores: agropecuário, comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
O maior avanço foi observado na agropecuária, com alta de 16,7% ante 2021, impulsionado por um crescimento na base de clientes. Também foram vistos incrementos nas cadeias de comércio (5,5%), indústria (2,1%) e serviços (0,9%). Na contramão, o segmento de infraestrutura recuou 0,9% no mesmo comparativo.
comércio apresentou bom desempenho do varejo e do atacado, enquanto o mercado de comércio e reparação de veículos recuou. Já na indústria, o crescimento das pequenas e médias empresas foi condicionado pela retomada de alguns segmentos de transformação, como produtos químicos, têxteis, fabricação de autopeças e preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados.
Para este ano, a expectativa é de que o levantamento Omie tenha um avanço mais tímido, de 1,5% na comparação com 2022. A pesquisa aponta que a desaceleração está relacionada com as incertezas fiscais. Mesmo que em desaceleração, a atividade econômica deve manter a expansão no curto prazo, a despeito de um risco de maior pressão inflacionária ao logo do ano.
“Diante da posse da nova equipe econômica, o mercado assiste com cautela os detalhes do plano de equilíbrio fiscal do governo. Apesar de se tratar de uma questão que, muitas vezes, parece distante de um pequeno empreendedor, os efeitos de uma política não responsável podem ter reflexos rápidos sobre toda a economia”, afirmou o gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi.