O Brasil lidera a melhora da região
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, compilado no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 11,8 pontos entre o terceiro e o quarto trimestre de 2022.
Apesar do avanço, o indicador continua em patamar considerado desfavorável: 66,5 pontos. O ICE tem se mantido em nível baixo desde o terceiro trimestre de 2013, à exceção do quarto de 2017, do primeiro de 2018 e do terceiro de 2021. Em todos esses trimestres, o indicador ficou próximo de 100, que marca o limite entre a zona favorável e a desfavorável.
A melhora do ICE foi puxada pelo Indicador da Situação Atual (ISA) que avançou 22,7 pontos no quarto trimestre de 2022, para 67,0 pontos. Já o Indicador de Expectativas (IE) subiu 0,6 ponto, para 66,1 pontos. “Os dois indicadores estão agora muito próximos e se mantêm em zona desfavorável do ciclo. Esta é também a primeira vez desde 2012 que o ISA supera (ainda que ligeiramente) o IE”, frisou a FGV.
O Brasil lidera a melhora da região. Entre o terceiro e o quarto trimestre, o país registrou aumento de 30,0 pontos no ICE, 49,4 pontos no ISA e 10,2 pontos no ICE. Além disso, avaliação do ISA (92,3 pontos) foi melhor do que o das expectativas (76, 9 pontos).
Cinco países melhoram a sua posição no ICE, mas apenas Paraguai (114,7 pontos) e Uruguai (108,2 pontos) estão na zona favorável. Seis países melhoraram a avaliação sobre a situação atual, mas somente o Uruguai (116,7 pontos) e a Colômbia (115,4 pontos) estão na zona favorável. Quatro países registraram alta nas expectativas, mas apenas o Paraguai (171,4 pontos) está na zona favorável, enquanto o Uruguai (100,0 pontos) está na zona neutra.
Entraves no Brasil
Os especialistas ouvidos pela pesquisa ranquearam como maiores entraves para o crescimento econômico no Brasil a falta de inovação; infraestrutura inadequada; falta de competitividade internacional; aumento na desigualdade de renda; e, falta de mão de obra qualificada. No entanto, as opções mais citadas, mencionadas por 46,2% dos especialistas em ambos os casos, foram a falta de confiança na política econômica e a instabilidade política. Em segundo lugar no ranking, ambos com 38,5% de citações, foram mencionados a infraestrutura inadequada e o aumento na desigualdade de renda.