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Brasil pode ganhar R$ 1,1 bilhão por ano com base em Alcântara

Acompanhados pelo presidente Jair Bolsonaro, os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, assinaram na última segunda-feira (18) um acordo com representantes do governo americano que autoriza os EUA a lançarem satélites e foguetes a partir da base de Alcântara, no Maranhão. Em contrapartida, o Brasil assinou um tratado de salvaguardas tecnológicas, que protege a tecnologia usada pelos Estados Unidos em território nacional, mas terá poder para monitorar os lançamentos, a fim de garantir que os americanos não cometam irregularidades em relação à carga que será enviada ao espaço.

Para o engenheiro e empreendedor espacial Lucas Fonseca, que acompanhou a assinatura do acordo na Câmara Americana de Comércio como representante da indústria na delegação brasileira, a exploração comercial da base pode render US$ 300 milhões (R$ 1,1 bilhão) anuais ao Brasil em um primeiro momento.

“O mercado de lançamentos deve fechar 2018 com um faturamento de US$ 5,5 bilhões. Dentro desse montante, creio que cerca de US$ 3,5 bilhões vêm dos satélites de telecomunicações, mais pesados e caros para colocar na órbita terrestre. O lançamento a partir de Alcântara valeria a pena para este tipo de satélite, pois o fato de a base estar localizada perto da linha do Equador dá um impulso inicial forte e aumenta a velocidade inicial do módulo, gerando uma economia de 20% a 23% em relação à Flórida, por exemplo”, explica. “Apesar disso, Alcântara não vai suprir todo mundo. Ela vai pegar um pequeno percentual de lançadores que já existem e investiram em infraestrutura em outras bases. Acredito que vai sobrar em torno de US$ 300 milhões para o Brasil em faturamento bruto.”

Segundo Fonseca, Boeing e Lockheed são as empresas americanas com maior potencial de demonstrar interesse pela base, mas a assinatura do acordo por si só não garante que os investimentos virão imediatamente. “Para isso acontecer, é necessário que haja um interesse político genuíno. Este mercado depende muito das vontades governamentais”, afirma. “Isso também precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, e não temos nenhuma certeza de que vai acontecer (o parlamento brasileiro já rejeitou acordo semelhante em 2000)”.

Na opinião do empresário, os ganhos que o Brasil obtém através do acordo são sobretudo geopolíticos, não comerciais. “Esses recursos não vão fazer muita diferença para a balança comercial, mas ter uma base de lançamento coloca o país em um grupo de discussões do qual ainda não fazemos parte”, diz. “É um mercado que está em crescimento.”

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