Mercado global de TI movimentou US$ 734 bilhões em 2021. Brasil possui apenas 0,36%, com negociações somando US$ 2,7 bi
Confirmando uma tendência mundial no crescimento da produção no setor de serviços em Tecnologia da Informação (TI), o Brasil apresentou um crescimento de 31% nas exportações de tecnologia entre 2020 e 2021. O volume está acima da média mundial, que ficou em 22%, mostrando como os brasileiros aumentam sua participação no cenário mundial, ainda que a presença global seja pequena, com irrisórios 0,36% – o que pode indicar potencial de crescimento. Os dados são do Insight Report de setembro da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro-PR).
Considerando a última década (2011-2021), a China apresentou a maior taxa de crescimento (528%), seguida pela Irlanda (353%) e pelos Estados Unidos (290%), com taxas de crescimento das exportações que superaram a média mundial (200%), enquanto Índia e Alemanha, outros países que fazem parte do top 5, apresentaram crescimento inferior, de 74% e 61%, respectivamente.
Para entender o tamanho desse mercado, as exportações de serviços em TI movimentaram em 2021 cerca de US$ 734 bilhões, sendo o segundo ramo de serviços exportados, em valor, com participação de 13% do total mundial das exportações de serviços (US$ 5,8 trilhões).

A Irlanda se manteve como principal exportador de serviços em TI, em 2021, com quase um terço (27%) do total mundial, seguida pela Índia (11%), China (10%). Segundo a Assespro-P, a explicação para esse fato reside em dois motivos. O primeiro deles é inerente ao intenso e longo processo de terceirização dos serviços de TI, no qual grandes empresas americanas, europeias e japonesas conseguem em outros países profissionais qualificados a um custo mais baixo (Irlanda, Índia, China, Cingapura, Israel). O segundo motivo, segundo a entidade, é que gigantes de TI acabam tendo subsidiárias de suas multinacionais nesses países, explorando vantagens comparativas, como benefícios fiscais (Irlanda), além do acesso a pessoal qualificado e a mercados consumidores.

Nesse ranking, o Brasil está um pouco longe de figurar entre os top 10, e apesar do crescimento, ainda está longe de sua capacidade em atrair as grandes empresas, como os outros países emergentes citados. Apesar de ter exportado US$ 2,7 bilhões em serviços de TI, o país precisou importar US$ 5,6 bilhões, gerando um déficit de US$ 2,9 bilhões.