Indicador destaca o quadro inflacionário global, o conflito na Ucrânia e os efeitos da política de tolerância zero com a covid na China
Os Barômetros Globais voltam a recuar em novembro, após registrarem uma discreta melhora em outubro. Com o resultado, o Barômetro Coincidente atinge o menor nível desde agosto de 2020 e o Barômetro Antecedente é o segundo menor desde junho de 2020, superando apenas o registro de agosto passado.

O Barômetro Econômico Global Coincidente cai 6,5 pontos e o Antecedente, 3,4 pontos em novembro. Com o resultado, os dois indicadores se aproximam ao registrarem 84,1 pontos e 84,2 pontos, respectivamente. A queda dos indicadores foi motivada principalmente pela região da Ásia, Pacífico & África. Apenas o indicador antecedente da Europa melhora ligeiramente no mês.

“A queda dos barômetros globais em novembro reforça a preocupação com os principais desafios para o nível de atividades nos próximos meses, ao longo de todas as regiões e da maioria dos setores. Dentre esses desafios, os destaques são a o quadro inflacionário global, o conflito na Ucrânia, e os efeitos da política de tolerância zero com a covid na China. Na medida em que nenhuma dessas questões tem probabilidade relevante de solução no curto prazo, as expectativas captadas pelos barômetros globais sinalizam consistentemente na direção de desaceleração da atividade econômica nos próximos meses”, avaliou Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE.

Barômetro Coincidente
Em novembro, a região da Ásia, Pacífico & África contribui com 5,2 pontos para a queda do indicador Coincidente, enquanto o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuem com -0,9 e -0,4 ponto, respectivamente. O indicador regional da Europa registra agora uma sequência de onze quedas seguidas e o menor nível entre as regiões. A conjuntura macroeconômica 2022, com a guerra na Ucrânia e suas consequências, como a crise no fornecimento de energia nos países europeus, compõe o cenário desfavorável da região.

Entre os indicadores setoriais coincidentes, apenas o do Comércio subiu no mês. O indicador do setor de Serviços recuou quase 15 pontos e o da Indústria, quase 8,0 pontos. Com o resultado, Economia Geral (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais), Indústria, Serviços e Comércio estão na faixa dos 80 pontos, enquanto Construção se afasta cada vez mais da média histórica dos 100 pontos.
Barômetro Antecedente

O Barômetro Global Antecedente antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses. Em novembro, as regiões da Ásia, Pacífico & África e do Hemisfério Ocidental contribuem negativamente para a queda do indicador, com -3,1 e -0,8 pontos, respectivamente, enquanto a Europa contribui no sentido contrário, com 0,5 ponto. Os indicadores retratam um cenário ainda pessimista das economias para os próximos meses ao oscilar na faixa dos 80 pontos desde abril deste ano.
Dentre os indicadores setoriais antecedentes, apenas Economia Geral não recuou em novembro. Com o resultado, Comércio se mantém no menor nível ente os setores e Construção, o maior.

(FGV)