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AstraZeneca pressiona EUA contra novas tarifas sobre medicamentos

CEO da farmacêutica diz que taxação não é solução e destaca investimentos bilionários da empresa nos Estados Unidos; investigação na China e vendas abaixo do esperado afetam ações

AstraZeneca fez um apelo ao governo norte-americano para que medicamentos não sejam incluídos em novas tarifas comerciais. O alerta foi feito pelo CEO da companhia, Pascal Soriot, em entrevista à Bloomberg TV, em meio a temores de que a gestão do ex-presidente Donald Trump retome políticas protecionistas no setor farmacêutico.

“Tarifas não são o melhor caminho. O ideal é incentivar investimentos por meio de uma política tributária sólida”, disse Soriot. Segundo ele, embora os impactos imediatos sobre a AstraZeneca possam ser limitados, devido à forte presença industrial da empresa nos EUA, o setor como um todo está mobilizado para evitar a taxação de remédios importados.

O apelo vem em um momento de instabilidade para a farmacêutica. No primeiro trimestre de 2025, o lucro por ação ajustado subiu de US$ 2,06 para US$ 2,49, mas os números decepcionaram o mercado, especialmente por conta das vendas mais fracas do que o esperado de medicamentos contra o câncer. As ações da AstraZeneca chegaram a cair 5,2% em Londres nesta terça-feira, acumulando uma desvalorização de cerca de 16% no último ano.

A empresa também anunciou a interrupção de um estudo avançado com o Truqap para câncer de próstata, embora mantenha expectativas altas para o uso do medicamento em outros tratamentos. Por outro lado, as vendas do Farxiga, para diabetes e doenças cardíacas, e do novo tratamento oncológico Enhertu, superaram as expectativas.

A AstraZeneca reiterou sua projeção de crescimento para o ano, mesmo considerando possíveis tarifas, e confirmou que manterá seu plano de investir US$ 3,5 bilhões nos EUA até 2026, com foco em pesquisa, desenvolvimento e produção.

Investigação na China

Outro desafio vem da Ásia. A farmacêutica enfrenta uma investigação na China sobre suspeitas de impostos de importação não pagos, no valor de US$ 1,6 milhão, ligados ao medicamento Enhertu. A empresa reconheceu que pode ser multada em até cinco vezes esse valor, dependendo da apuração.

Apesar da investigação, analistas veem o impacto como administrável. A Astra já havia estimado possíveis multas de apenas US$ 4,5 milhões relacionadas a outros dois medicamentos. Além disso, anunciou neste ano um centro de pesquisa de US$ 2,5 bilhões em Pequim, reforçando a parceria estratégica com o governo chinês.

A empresa também teve avanços científicos importantes em 2025, com destaque para um medicamento experimental que reduziu significativamente o colesterol ruim em testes intermediários – um possível componente-chave de tratamentos voltados à perda de peso e doenças cardiovasculares.

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