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21,9% das importações brasileiras de 2020 eram de origem chinesa

Desde 2019, a China continua avançando sobre o comércio externo brasileiro. Em 2020, o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado no sábado de noite (5), apontou que o país foi responsável por 21,9% importações brasileiras, com avanços em produtos de tecnologia.

Em 2006, o país detinha 8,6% das importações brasileiras. Tradicionalmente o principal fornecedor de produtos para o Brasil, a participação da União Europeia (UE) em 2006 foi de 20,3% para 19,1% em 2020. No mesmo período, os Estados Unidos mantiveram uma participação estável nas importações, com leve alta de 15,7% para 17,6%, terceira posição. O principal perdedor na origem foi a América do Sul. Do segundo lugar em 2006, responsável por 17,6% das compras externas, caiu ao quarto lugar, com 11,4% em 2020.

Indústria

Além de aumentar as exportações ao Brasil, a China passou a vender produtos mais sofisticados, distanciando-se da imagem de exportador de bens de baixa complexidade. Ao analisar 15 setores da indústria, o levantamento constatou que as importações chinesas cresceram em 11, mantiveram-se em 3 e caíram apenas em 1 setor.

Entre os setores com maior avanço da China de 2006 a 2020, estão máquinas e equipamentos (de 10% para 23%); produtos químicos (de 10% para 29%) e materiais elétricos (de 24% para 50%). Até segmentos de pouca tradição conquistaram fatias significativas de mercado: veículos e automóveis (de 2% para 11%) e química fina (de 1% para 14%).

No mesmo período, a indústria brasileira comprou menos de outros lugares. Dos 15 setores pesquisados, 11 passaram a importar menos da UE e do Japão e 13 passaram a comprar menos da América do Sul e dos EUA.

Expectativas

Para o gerente de Políticas de Integração Nacional da CNI, Fabrizio Sardelli Panzini, o crescimento do comércio com a China tem criado uma dependência prejudicial aos setores mais desenvolvidos da economia brasileira. Com 75% das exportações ao país asiático concentradas em soja, minério de ferro e petróleo e importando bens cada vez mais complexos.

“Há vários anos esperamos a diversificação do comércio com a China, mas ela não vem. O máximo de espaço para ampliar o comércio com o país está na agroindústria, com mais exportações de carne”, explicou.

O gerente da CNI defende a rápida aprovação e implementação do acordo comercial entre o Mercosul e a UE para que a indústria brasileira recupere espaço nas exportações. Diferentemente da China, o Brasil tem um comércio mais equilibrado com os países europeus, exportando tanto produtos básicos como industrializados.

(Com Agência Brasil)

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