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Estudo aponta principais preocupações do novo modelo de trabalho

Uma pesquisa feita pela EY com mais de 2 mil pessoas na América Latina, considerando Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e México, buscou mapear quais são as preocupações mais pertinentes de empregados e empregadores em relação ao futuro do trabalho. Se de um lado 44% dos empregadores acreditam que seus negócios estão em perigo por causa da covid-19, por outro, 46% dos empregados não enxergam que seus chefes estejam 100% preparados para as mudanças comportamentais necessárias no pós-crise sanitária, ao mesmo tempo em que 44% percebem que os impactos causados pela pandemia foram amplos.

As respostas obtidas com o estudo foram separadas em três temas, sendo estes os mais presentes nas discussões dos comitês de gestão de crise e transformação nas organizações: desafios da produtividade, estratégia de custos diretos e aprendizado contínuo.

No que diz respeito à produtividade, o levantamento aponta que, entre os colaboradores, existe a percepção de houve aumento durante a pandemia, com sinais ainda mais evidentes entre aqueles com mais tempo de experiência profissional. Ainda assim, são vários os desafios que eles precisam enfrentar para permanecerem produtivos durante o trabalho remoto, sendo os dois principais a diferença de qualidade na conexão doméstica (27,2%) e a presença da família combinada com a falta de um espaço privado para a execução do trabalho (22,2%). Por essas e outras razões, é consenso entre os empregadores de que eles precisam atender às demandas de seus empregados, principalmente aquelas relacionadas manutenção do equilíbrio pessoal e profissional.

Quanto à reavaliação dos custos, na visão dos empregadores ela deve passar, principalmente, por ações de melhoria de processos e redução de trabalhos manuais (18,1%), de automação inteligente (16,5%), de revisão de modelos organizacionais e operacionais (14,9%) e de redução do número de escritórios físicos (12,9%). Por outro lado, os empregados enxergam que tais ações deveriam considerar a criação de alternativas ou flexibilização de horas de trabalho (15,4%), alternativas de remuneração e planos de benefícios (12,3%), revisão de políticas de descanso (11,5%) e melhora da oferta de benefícios de bem-estar emocional e físico (11,1%).

Em relação ao aprendizado contínuo, o estudo mostra que empregados e empregadores demonstram estar alinhados em relação aos desafios impostos pelas transformações aceleradas pela covid-19. Se de um lado 83% dos empregadores acreditam que o aprendizado contínuo terá um amplo impacto na agenda de negócios, 72% dos colaboradores acreditam ter acesso a conteúdos relevantes e receber treinamentos, embora apenas 35% demonstrem algum preparo para atender às novas demandas dos clientes.

“A dinâmica do trabalho sofreu grandes mudanças no último ano e não deverá voltar ao antigo ‘normal’, mesmo nos setores baseados em modelos mais tradicionais de gestão de pessoas. Será cada vez mais necessário acompanhar os próximos passos de perto, buscando adicionar velocidade e eficiência às iniciativas que surgirem nos próximos meses para manter a capacidade de gestão do negócio”, destacou Oliver Kamakura, sócio de Consultoria em Gestão de Pessoas da EY Brasil.

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