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Empreendedoras ainda enfrentam desafios para ter acesso ao crédito

Apesar de representarem quase metade dos novos empreendedores, mulheres ainda recebem menos recursos, pagam juros mais altos e têm dificuldades para financiar seus negócios

Mesmo sendo responsáveis por mais de 10 milhões de empresas no Brasil, as mulheres empreendedoras ainda esbarram em grandes dificuldades para acessar crédito bancário. O alerta é da empresária e presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Ana Claudia Badra Cotait, que destaca a desigualdade no tratamento oferecido às mulheres por instituições financeiras.

“Mesmo comprovando o sucesso dos seus empreendimentos e responsabilidade financeira, nossas empreendedoras ainda enfrentam muitas barreiras para conseguir financiamentos”, afirma Ana Claudia.

Dados do Sebrae indicam que, no primeiro trimestre de 2024, embora as mulheres tenham sido responsáveis por 40% das operações de crédito, receberam apenas 29,4% dos recursos, o equivalente a R$ 32 bilhões dos R$ 109 bilhões liberados para o setor. A discrepância também se reflete nas taxas de juros: empresas lideradas por mulheres pagam, em média, 40,6% ao ano, enquanto aquelas comandadas por homens enfrentam uma taxa menor, de 36,8%, mesmo com índices semelhantes de inadimplência.

 Ana Claudia Badra Cotait

Além das limitações financeiras, Ana Claudia lembra que muitas empreendedoras esbarram em obstáculos estruturais, como a ausência de bens em seus nomes para oferecer como garantia, histórico de crédito limitado, atuação na informalidade e acúmulo de responsabilidades familiares.

“No Brasil, a mulher ainda carrega o peso da casa, da família e dos negócios. Muitas vezes, tudo ao mesmo tempo. Isso impacta diretamente na gestão e no crescimento das suas empresas”, observa.

Para mudar esse cenário, iniciativas como o programa Acredita Delas, que oferece 100% de aval para operações de crédito, além de capacitação e apoio técnico, vêm ganhando destaque. Cooperativas como a Cresol e o Sicredi também têm atuado com linhas exclusivas para mulheres, com programas de educação financeira, mentorias e taxas diferenciadas. Só o Sicredi liberou, em 2024, mais de R$ 14 bilhões para negócios femininos.

Apesar do avanço, Ana Claudia acredita que ainda é necessário um esforço coletivo para promover igualdade de oportunidades. “É essencial criar ações coordenadas entre governo, instituições financeiras e sociedade para expandir políticas públicas com recorte de gênero e fortalecer as redes de apoio às empreendedoras.”

Ela também destaca o papel de entidades como o CMEC — braço da ACSP, FACESP e CACB — na capacitação e orientação de mulheres de todo o país. “Com formação, acesso à informação e políticas justas, podemos transformar o potencial das mulheres em resultados concretos para a economia brasileira”, conclui.

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