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Enel volta a elevar oferta em novo capítulo de disputa pela Eletropaulo

SÃO PAULO (Reuters) – A italiana Enel elevou novamente nesta quinta-feira sua oferta pública pela aquisição até da totalidade das ações da distribuidora de energia paulista Eletropaulo, a maior do Brasil em faturamento, para 32,20 reais por papel da empresa, segundo comunicado da companhia ao mercado.

A nova proposta, que representaria um desembolso de até cerca de 5,39 bilhões de reais, vem após lance de 32,10 reais por ação apresentado na noite de quarta-feira pela rival dos italianos até o momento pelo negócio, a Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola.

A briga das gigantes europeias pela distribuidora, que tem como uma das principais acionistas a norte-americana AES, representa uma disputa também pela liderança no Brasil –qualquer uma das duas vai se tornar o maior agente de distribuição de eletricidade do país em caso de sucesso na transação, superando a CPFL, da chinesa State Grid.

As propostas pela Eletropaulo começaram no final de março, com a própria Enel, que se ofereceu a participar de uma oferta primária em preparação pela empresa.

Depois, a brasileira Energisa fez uma oferta pública de aquisição, a 19,38 reais por ação da distribuidora, o que iniciou a guerra de lances que se arrasta até agora.

A oferta na mesa pela companhia neste momento é cerca de 66 por cento superior ao primeiro lance público, da Energisa.

Em meio à disputa, as ações da Eletropaulo acumulam alta de mais de 80 por cento apenas no mês de abril. Às 12:19, subiam mais de 7 por cento na sessão, a 32,95 reais.

Um leilão em que as propostas oferecidas por cada empresa serão apresentadas para decisão dos acionistas da distribuidora está agendado para 18 de maio. No evento, os proponentes ainda poderão fazer novos lances de preço.

A Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia na região metropolitana de São Paulo, tem ainda como importante acionista o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar).

As ofertas pela empresa começaram após notícias de que a AES e o BNDESPar poderiam vender suas fatias na companhia por meio de uma oferta primária e secundária de ações.

No Brasil, a Enel controla distribuidoras de energia no Rio de Janeiro, Ceará e tem ativos em geração e transmissão. Já a Neoenergia tem distribuidoras na Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e interior de São Paulo, além de negócios em transmissão e geração, incluindo uma fatia na enorme hidrelétrica de Belo Monte.

(Por Luciano Costa)

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