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Bradesco tem lucro 9,7% maior no 2º tri; previsão para perdas com calotes diminui

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – O Bradesco teve lucro quase 10 por cento maior no segundo trimestre, apoiado na robusta melhora no resultado de seguros e em menores despesas com provisões para calotes, linha para a qual o banco previu perdas menores em 2018.

A segunda maior instituição financeira privada do país anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido ajustado de 5,161 bilhões de reais de abril a junho, alta de 9,7 por cento ante mesmo período de 2017.

O trimestre foi marcado por um repique na carteira de crédito, após vários trimestres em retração. No fim de junho, A carteira expandida de empréstimos do Bradesco era de 515,6 bilhões de reais, um salto sequencial de 6 por cento e de 4,5 por cento na comparação anual.

O movimento foi puxado por um inesperado aumento de 7,8 por cento do financiamento para empresas na comparação trimestre anterior, a 332,8 bilhões de reais. Só para grandes clientes dessa faixa, houve um aumento de 21 bilhões de reais.

E, embora os desembolsos também tenham crescido em todas as principais faixas, incluindo avanço sequencial de 2,8 por cento na carteira para pessoas físicas, a margem financeira caiu para 15,1 bilhões de reais, recuo de 5,1 por cento em um ano e de 3,8 por cento em três meses, num ambiente de queda dos juros.

Esse revés, porém, foi mais que compensado com desempenhos robustos em outras receitas. As receitas com tarifas, por exemplo, chegaram a 8,12 bilhões de reais, um avanço de 8,3 por cento em 12 meses. Além disso, o resultado com seguros subiu 23,8 por cento também no comparativo anual, para 2,2 bilhões de reais.

Na outra ponta, a PDD expandida, que computa as despesas do banco com provisões para perdas esperadas com inadimplência, incluindo baixas contábeis de ativos e subtraindo receitas com recuperação de crédito, foi 36,1 por cento menor do que em igual etapa de 2017, para 3,44 bilhões de reais.

Com o perfil da carteira mostrando contínuos sinais de melhora — o índice de inadimplência acima de 90 dias caiu a 3,92, o menor índice em 11 trimestres — o Bradesco reduziu sua previsão de PDD expandida em 2018, da faixa de 16 bilhões a 19 bilhões de reais para o intervalo de 13 bilhões a 16 bilhões de reais.

O banco, por outro lado, também reduziu sua previsão de alta dos prêmios de seguros neste ano, do intervalo de 4 a 8 por cento para o de 2 a 6 por cento.

No conjunto, o Bradesco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido, índice de que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, de 18,4 por cento no trimestre, 0,3 ponto percentual maior sobre um ano antes, embora tenha recuado 0,1 ponto na base sequencial.

Na véspera, o Santander Brasil mostrou alta anual de 29,6 por cento do lucro do segundo trimestre, apoiado no mix de crescimento do crédito, menos despesas com provisões para calotes e maiores receitas com tarifas.

(Por Aluísio Alves)

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